É, principalmente, no crédito habitação e no crédito ao consumo que se sente a subida do crédito de cobrança duvidosa.
Segundo dados do Banco de Portugal, em Novembro, do total de crédito concedido pelos bancos para compra de casa , à volta de 113,5 mil milhões de euros, 1,75% está em cobrança duvidosa, representando um valor recorde: 1.982 milhões de euros.
Em relação ao crédito ao consumo, este já passou os 1.300 milhões de euros, o que significa que do total de empréstimos para o crédito ao consumo, ou seja, 15,45 mil milhões de euros, 8,51% entraram em cobrança duvidosa. Estes dados repesentam nitidamente a dificuldade que as pessoas têm sentido para cumprir as suas obrigações, pois trata-se de um valor nunca antes atingido e que pesa bastante no universo de créditos ao consumo.
Temos estado a ver o crédito malparado a nível de particulares, mas também as empresas têm sentido cada vez mais as consequências da crise.
Os bancos portugueses emprestaram às empresas um total de 118.834 milhões de euros, sendo que 5,2% deste valor, ou seja, ultrapassada a barreira dos 6 mil milhões de euros, outro novo recorde, trata-se de cobrança duvidosa, empréstimos a empresas que entraram em incumprimento.
Só em Novembro os bancos emprestaram 141,25 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 131 milhões de euros em relação a Outubro.
Desde Setembro, que a tendência é para diminuir o ritmo na concessão de crédito, já que os bancos têm colocado o pé ao travão no que toca a emprestar dinheiro.