É fácil perceber que a importância que damos ao dinheiro está directamente relacionada com o tipo de educação que tivemos. Claro que de uma forma generalizada, pois há excepções. Inclusivamente isso determina a nossa personalidade.
Por norma, crianças que foram habituadas a nunca ouvirem um “não” como resposta e a assistirem a todos os seus caprichos serem concretizados, tornam-se adultos mimados e que lidam mal com a rejeição, sendo muito fácil ficar com uma sensação de frustração. Além disso, acabam por não dar valor às coisas pois tudo é de tão fácil acesso.
Já aquelas crianças que cresceram num ambiente em que nem tudo lhes era concedido e foi-lhes incutido que não podemos ter tudo o que queremos, crescem com maior equilíbrio e mais tarde na fase adulta lidam bem com situações adversas. Além disso, dão muito mais valor ao que têm pois sabem o quanto custa a alcançar, sendo a satisfação muito maior.
Existem alguns princípios base que os pais devem seguir e incutir nos seus filhos para que estes desde pequenos saibam como gerir a sua semanada ou mesada e até desenvolverem hábitos de poupança.
Aqui ficam algumas sugestões:
- Dê o exemplo. Como é óbvio não pode exigir algo aos seus filhos que nem sequer você consegue cumprir. Além disso, você será a fonte de inspiração para os seus filhos. É normal, os filhos, numa certa idade, querem imitar os pais em tudo. Aproveite isso a seu favor.
- Explique-lhes o valor do dinheiro. Aqui pode começar por lhes mostrar o que é caro ou barato e o que é realmente necessário ou apenas supérfluo. O dinheiro que lhes dá semanalmente ou por mês é também um voto de confiança e uma forma de eles ganharem responsabilidade para gerir aquele valor até ao final do prazo (semana ou mês).
- Elogie bons processos de gestão. As crianças precisam de se sentir acompanhadas, por isso, mostre-lhes que estão a fazer um óptimo trabalho, faça elogios, de forma a que sintam que o seu esforço está a ser reconhecido. Se efectivamente, vir que eles estão a desenrascar-se bem, dê-lhes um incentivo e aumente a semanada ou mesada, ou até mesmo, dê-lhes um bónus ocasionalmente.
- Ajude-os a elaborar um orçamento. Só no momento em que as crianças têm o dinheiro nas suas mãos e têm que geri-lo e direccioná-lo para o que pretendem é que percebem a importância que este tem. Por isso ajude-os a perceber de quanto é que vão precisar para o dia-a-dia, como por exemplo, para lanchar, para ir ao cinema e para o caso de quererem juntar para comprar algo mais caro como um jogo de computador ou um brinquedo mais caro, terão que começar a pôr algum dinheiro de lado.
- Crie hábitos de poupança. Todos nós quando éramos pequenos, certamente, tínhamos avós, tios, padrinhos, que nos davam dinheiro nas épocas festivas, como aniversário, Natal, Páscoa, férias de Verão e quase todos nós, guardávamos esse dinheiro num mealheiro. Apesar de já ser um método de poupança muito antigo é ainda um dos melhores que deve incutir no seu filho. Adicionalmente, pode dar-lhes um valor ligeiramente superior ao da mesada ou semanada para eles perceberem que esse excedente não precisam para o dia-a-dia, pelo que podem colocar esse dinheiro de parte para juntar e mais tarde comprar algo que queiram.