Uma empresa de Coimbra que integra a incubadora da Agência Espacial Europeia, localizada no Instituto Pedro Nunes (IPN), venceu um prémio europeu com uma aplicação que permite monitorizar a poluição ambiental em zonas urbanas.
A edição 2017 dos prémios Copernicus Masters, considerados como os Óscares do Espaço, atribuiu 17 galardões, entre os quais um ao projeto SOUL (Sensor Observation of Urban Life), promovido pela empresa portuguesa Space Layer Technologies.
O júri reconheceu o contributo que a solução SOUL pode trazer ao oferecer uma aplicação para ‘smartphone’ “através da qual os cidadãos podem monitorizar a poluição nas suas cidades”, combinando dados oriundos de tarefas governamentais e instituições públicas numa aplicação “muito amigável”, lê-se no texto justificativo do prémio.
Adianta que a aplicação desenvolvida pela empresa de Coimbra pode ajudar a melhorar a saúde pública e a diminuir custos, evitando desnecessárias hospitalizações, por exemplo, de doentes com patologias do foro respiratório.
À agência Lusa, Paulo Caridade, da Space Layer Technologies, afirmou que o galardão, “mais do que um prémio para a empresa, é o reconhecimento do trabalho de uma equipa de colaboradores pelo empenho que têm tido ao longo de dois anos”.
Paulo Caridade explicou que embora a aplicação SOUL já esteja desenvolvida “ainda não está no mercado”, já que os responsáveis do projeto pretendem sustentá-lo, primeiro, através de um “parceiro forte” para com isso ganhar escala antes de ser distribuído a nível europeu.
A Space Layer Technologies é uma das seis ‘startups’ da incubadora da Agência Espacial Europeia (ESA BIC Portugal) que já atingiu a maturidade após dois anos de incubação e evoluiu para uma segunda fase de apoio.
A ESA BIC Portugal, que é liderada pelo IPN e tem polos no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e na agência DNA Cascais, apoia 16 empresas e 56 postos de trabalho, com uma capacidade de exportação de 40% e um retorno anual de quase 900 mil euros em 2016, refere um comunicado da instituição.
As empresas daquele centro de incubação aplicam tecnologia espacial em áreas como a saúde, energia, transportes, segurança e vida urbana.
Na nota de imprensa, Carlos Cerqueira, Diretor de Inovação do IPN e coordenador do programa, frisa que o ESA BIC Portugal “demonstra a maturidade da indústria espacial portuguesa e a capacidade de as ‘startups’ portuguesas encontrarem novas soluções e negócios para o mercado terrestre a partir de tecnologias espaciais”.
Na quarta-feira, a ESA BIC Portugal comemora três anos de atividade, numa cerimónia, em Coimbra, que será presidida pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
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