Falta de financiamento às IPSS nos Açores ameaça 6.000 empregos

A falta de financiamento às IPSS nos Açores está a criar uma crise alarmante no setor da solidariedade social. Estas instituições, essenciais no apoio a crianças, idosos e cidadãos em situação de vulnerabilidade, enfrentam dificuldades financeiras perante a ausência de um acordo entre o Governo Regional e o Governo da República.

Sem previsibilidade orçamental, a prestação de serviços fundamentais à população açoriana está em causa, afectando milhares de famílias e comprometendo a sustentabilidade das instituições sociais na região.

Atrasos nos fundos públicos agravam o apoio social nos Açores

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) enfrentam, atualmente, um dos maiores desafios dos últimos anos nos Açores. A indefinição do financiamento coloca em causa a gestão financeira das IPSS, impedindo um planeamento adequado das suas atividades. Sem um orçamento definido, milhares de colaboradores e utentes ficam em situação de incerteza.

O habitual acordo celebrado no ano anterior com o Estado não foi concretizado, gerando fortes críticas por parte do PS/Açores. A deputada Marta Matos afirmou que a ausência de verbas é “absolutamente inaceitável”, salientando que o impacto nas instituições sociais e nas famílias vulneráveis poderá ser devastador.

Esta situação resulta da falta de coordenação entre o Governo Regional, liderado por PSD/CDS-PP/PPM, e o Governo da República, atualmente da mesma coligação. Apesar disso, não houve entendimento para garantir a transferência tempestiva dos recursos. Os atrasos nos fundos públicos dificultam ainda mais o apoio social nos Açores e fragilizam a rede de solidariedade.

Impacto nas instituições de solidariedade e nas famílias beneficiárias

As consequências são visíveis: creches, lares e centros de apoio social estão a adiar pagamentos a fornecedores, a reduzir horários e até a considerar despedimentos. Estima-se que cerca de 6.000 postos de trabalho nas IPSS estejam ameaçados. Um número alarmante para uma região com desafios sociais e geográficos tão particulares.

Perante este cenário, o PS/Açores apresentou um requerimento na Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos quanto à verba em falta e exigiu medidas de contingência para garantir a continuidade dos serviços. O partido defende a criação de mecanismos transitórios que evitem a paralisação das instituições até que uma solução definitiva seja alcançada.

A sustentabilidade das instituições sociais não pode depender de disputas políticas entre governos. É urgente assegurar o apoio financeiro às IPSS para preservar o bem-estar das famílias açorianas. O impacto nas instituições de solidariedade deve ser tratado como prioridade nas políticas sociais regionais.

Partilhe este artigo e ajude a dar visibilidade à importância da solidariedade social nos Açores. A pressão da sociedade civil pode acelerar a implementação de soluções urgentes.