Share the post "FICO 2025: Ilustração, barro e criatividade invadem Viana do Alentejo"
Entre os dias 16 e 18 de maio, Viana do Alentejo transforma-se num ponto de encontro entre tradição e criatividade. É a 4.ª edição do FICO – Festival de Ilustração e Criatividade em Olaria, e o programa promete não deixar ninguém indiferente.
Durante três dias, ilustradores, ceramistas, músicos e visitantes vão ocupar o coração da vila – entre a Praça da República e o Castelo – com exposições, concertos, feiras e muita arte em barro.
Ilustração com nomes de peso
A arte do desenho ganha destaque com a presença de artistas como Mariana a Miserável, Mantraste, Kruella, Bernardo Carvalho (Planeta Tangerina), Mariana Malhão, Júlio Dolbeth e Joana Lourencinho Carneiro.
Além de exposições e performances, estes ilustradores vão sujar as mãos no barro, em workshops como “Os ilustradores na roda” ou “Ilustração de pratos”. Sim, literalmente pratos.
Olaria de alma cheia
A tradição da olaria não é apenas o pano de fundo. É o fio condutor do FICO. Oficinas como “Pisar o barro” ou os workshops de técnica Raku, com Miguel Neto, resgatam saberes antigos com um toque contemporâneo.
O mestre oleiro Feliciano Agostinho conduz os participantes numa viagem manual e sensorial à essência da cerâmica. A proposta de escultura colaborativa de Alice Diniz leva esta experiência a outro nível: uma instalação efémera feita por todos, desfeita no final. Porque a arte, tal como o barro, também se molda e se desfaz.
Concertos com sabor a sul
A música também marca presença. Edu Miranda, Milton Gulli e Tiago Bettencourt vão dar som às noites de Viana. O encerramento cabe aos Cantadores do Alentejo, numa celebração das raízes que ainda cantam alto.
Feira, barro e comunidade
Todos os dias às 14h, a Rua Cândido dos Reis enche-se de cor e textura com a Feira FICO. Aqui, cerâmica e olaria alentejana mostram-se em todo o seu esplendor. É um convite ao toque, à conversa e, quem sabe, à compra.
Uma tradição em risco, uma vila que resiste
Luís Miguel Duarte, presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, não esconde o orgulho e a preocupação. De mais de 50 olarias, restam duas. E é por elas, e por tudo o que representam, que o FICO acontece. Para manter viva uma arte que moldou gerações.
Viana do Alentejo: onde o barro tem história
A olaria vianense tem raízes profundas. Da Herdade dos Baiões ao ensino na Escola Médico de Sousa, a tradição funde-se com a inovação. O alguidar, estrela da produção local, é símbolo dessa herança árabe e prática.
Mas o futuro depende de quem quiser aprender. E eventos como o FICO são a melhor forma de semear essa vontade.