Share the post "Hepatite C e tatuagens: conheça os riscos e cuidados a ter"
Já refletiu sobre qual a relação entre a hepatite C e as tatuagens? Na verdade e apesar dos avanços científicos, saiba que em todo o mundo surgem 1.5 milhões de novos casos da doença por ano. Além disso, estamos perante uma condição de saúde que é responsável por cerca de 300 mil mortes anualmente.
Devido ao elevado impacto da doença, foi definido na Agenda para 2030 para vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a erradicação das hepatites como principais causas de morte até essa data. Desde aí, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a lançar algumas orientações para que seja possível atingir esse mesmo objetivo.
Ou seja, é crucial percebermos como podemos prevenir, obter um diagnóstico assertivo, tratar e prestar cuidados aos doentes com hepatite C. Sobretudo quando um dos maiores motivos para o seu aparecimento poderá residir no modo como são feitas algumas tatuagens. Fique connosco e saiba tudo sobre o tema.
Hepatite C e tatuagens: um guia completo
Afinal, que tipo de relação existe entre a hepatite C e as tatuagens? Há várias pessoas com esta questão. Por isso mesmo, vamos explicar tudo sobre o assunto.
Se vai fazer uma tatuagem, é crucial que seja exigente com o local escolhido para o efeito. Na verdade, a escolha do sítio e as condições existentes podem fazer toda a diferença para a sua saúde.
E se refletirmos bem, faz todo o sentido. Uma tatuagem pressupõe a existência de uma ou mais agulhas que sejam capazes de introduzirem o pigmento na pele. O que significa que, entram em contacto com o sangue.
Ora, o vírus da hepatite C é transmitido pelo sangue e a maior relação entre as tatuagens e o próprio é a questão dos fatores de risco que estão diretamente relacionados com a realização da tatuagem.
Falamos da esterilização do material, das condições do espaço e claro, de todos os procedimentos de higiene que são fundamentais para garantir a saúde da pessoa em questão.
O que é a hepatite C?
A hepatite C é uma inflamação do fígado que é provocada pelo vírus da hepatite C. Quando a mesma se torna crónica, pode até conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro.
Ou seja, o vírus da hepatite C (VHC) é um vírus que provoca inflamação no fígado e que causa o aparecimento da doença. E apesar de algumas pessoas desenvolverem infeção aguda e recuperarem de forma espontânea do vírus da hepatite C, a maior parte evolui para hepatite crónica.
Aliás, em 20% dos doentes, a hepatite C crónica pode levar a situações de saúde bem mais graves (tal como referimos anteriormente).
Que sintomas estão associados à hepatite C?
Na verdade, a hepatite C pode ser um pouco silenciosa. De facto, apenas 25 a 30% dos infetados apresentam, numa fase aguda, sintomas de doença que se podem manifestar através dos seguintes sintomas:
- Febre;
- Cansaço;
- Náuseas;
- Dores na zona do fígado;
- Perda temporária ou total da sensibilidade e do movimento
- Mal-estar geral
- Queixas gastrointestinais (como perda de apetite, por exemplo);
- Coloração amarelada da pele e dos olhos;
- Intolerância ao álcool.
É importante ainda referir que a icterícia (cor amarelada na pele e nos olhos) é o sintoma mais específico e também o mais comum. Por isso, é crucial estar atento aos sintomas, uma vez que muitas vezes não são claros e podem ser parecidos com os de uma simples gripe.
Como é transmitido o vírus da hepatite C e por que motivo devemos ter cuidado com as tatuagens?
O assunto da hepatite C e tatuagens é comum, sobretudo nas pessoas que vão agora fazer uma tatuagem e não sabem muito bem que tipos de cuidados o local deve ou não ter.
Assim, saiba que o vírus da hepatite C se transmite principalmente por via sanguínea. O que significa que, a sua infeção acontece pelo contacto com sangue infetado, por norma a partir de objetos cortantes e perfurantes (como as agulhas, a tinta ou as luvas, utilizadas nas tatuagens por exemplo).
Por isso mesmo, basta apenas uma pequena quantidade de sangue contaminado para transmitir o vírus. Por exemplo: através de cortes, partilha de objetos cortantes como lâminas, agulhas e seringas ou feridas.
O vírus também pode ser transmitido por via sexual, mas é raro. Para além disto, saiba que o mesmo não se propaga no convívio social. A transmissão a partir do beijo é rara, a menos que existam feridas na boca.
6 cuidados a ter para prevenir a infeção pelo vírus
Ao contrário do que possa pensar, não existe vacina para a hepatite C. Por isso, a prevenção passa por evitar o contacto com sangue infetado. No entanto, há alguns cuidados a ter. Tome nota:
- Utilize preservativo nas relações sexuais, sobretudo quando existe mais do que um parceiro;
- Não partilhe lâminas, escova de dentes e outros objetos cortantes de uso pessoal;
- Se fizer uma tatuagens, verifique com atenção as condições de higiene do local (pergunte se o material é esterilizado e peça para ver o material fechado até);
- Certifique-se que o tatuador troca de luvas entre pessoas, para que não exista risco de contaminação;
- Não partilhe seringas e outros materiais injetáveis, por norma usados no consumo de drogas;
- Desinfete bem as feridas que possam surgir e cubra-as com pensos e ligaduras.
Como é feito o diagnóstico de hepatite C?
Relativamente ao diagnóstico, saiba que o mesmo envolve a realização do teste para se fazer a pesquisa de anticorpos para o vírus da hepatite C.
Além disto, podem e devem ser feitas análises ao sangue e ainda exames ao fígado e outros órgãos caso o médico pretenda.
Tem tratamento?
O Sistema Nacional de Saúde (SNS) garante que todas as pessoas com hepatite C tenham tratamentos assegurados que garantem a cura em mais de 95%.
O objetivo do tratamento é a cura e é adequado à fase da evolução da doença. Além disso, o mesmo pode incluir:
- A toma de medicamentos, durante um período determinado pelo médico;
- Transplante hepático em casos mais graves.