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Portugal prepara-se para receber o maior investimento tecnológico da sua história. A Microsoft anunciou que irá aplicar mais de 10 mil milhões de dólares (cerca de 8,6 mil milhões de euros) na criação de uma vasta infraestrutura de inteligência artificial (IA) no país, com Sines a assumir-se como o epicentro do projeto.
O plano, desenvolvido em parceria com a Nvidia, a Nscale e a Start Campus, prevê a instalação de 12 600 GPUs de última geração, que irão suportar operações avançadas de IA e computação em nuvem.
Trata-se de uma das maiores iniciativas da Microsoft na Europa e de um passo estratégico para reforçar a posição de Portugal como destino tecnológico emergente.
A escolha de Sines não é casual. A localização costeira e o acesso direto a cabos submarinos de comunicação tornam a cidade um ponto de ligação privilegiado entre a Europa, África e a América.
A região já vinha sendo apontada como potencial hub de dados e energia digital, e o anúncio da Microsoft confirma essa tendência.
A infraestrutura será integrada num novo centro de dados de larga escala, concebido com padrões de sustentabilidade energética e foco na eficiência ambiental, fatores que a empresa tem destacado como essenciais para o crescimento da sua rede global.
Microsoft vai reforçar formação
O investimento vai além da componente física. A Microsoft anunciou que irá reforçar os programas de formação e qualificação tecnológica em Portugal, através de parcerias com universidades e iniciativas como o “Skills for Jobs”, em colaboração com o LinkedIn.
O objetivo é preparar profissionais portugueses para o mercado da inteligência artificial e responder à crescente procura por competências digitais.
Ao mesmo tempo, o projeto inclui um plano de apoio ao ecossistema nacional de startups, através da AI Innovation Factory, que visa incentivar empresas emergentes a desenvolver soluções baseadas em IA e promover práticas de governança tecnológica responsáveis.
Impacto brutal
Do ponto de vista económico, o impacto será significativo. A construção e operação do centro de dados criará centenas de postos de trabalho diretos e indiretos, estimulando setores ligados à engenharia, energia e tecnologia da informação.
O governo português vê o anúncio como um marco no posicionamento do país na economia digital europeia, num contexto em que várias nações competem por atrair grandes investimentos nesta área.
Com este investimento, Portugal passa de recetor de tecnologia a potencial exportador de capacidade digital.