No final de 2009 existiam 2260 mil titulares de contas bancárias com cartão de crédito, o que corresponde a 30,8% dos números do estudo Basef Banca da Marktest. É mais de um terço da população bancarizada a aderir ao cartão de crédito.
A tendência geral é para o crescimento que se tem verificado desde 2002, altura em que 25,3% das pessoas com conta aberta numa instituição bancária detinham pelo menos um cartão de crédito. Porém, os números recentes revelam uma retracção na posse deste produto. Após vários anos de crédito fácil, a crise financeira afectou a oferta de cartões e linhas de crédito, com as entidades financeiras a cortar nas facilidades. Se 28,5% afirmou utilizar esta forma de pagamento, 70,9%, a grande maioria, confessa ser possuidora de apenas um cartão.
De referir que há oito anos atrás apenas 25,3% da população dos indivíduos com conta bancária detinham cartão de crédito.
A penetração de mais do que um cartão entre os possuidores de cartão de crédito é maior junto dos homens (31,3%), em indivíduos com mais de 64 anos (33,1%), nos residentes no Sul (31,9%), pertencentes à classe alta ou média alta (32,3%) e em quadros médios e superiores (34,2%), revela a análise realizada com base nos resultados do quadrimestre móvel de Novembro de 2008 do estudo Basef Banca.
FMI previu crise dos cartões de crédito
No ano passado, um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que os bancos europeus não iriam recuperar 7% dos 2,4 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) de dívidas dos consumidores. Parte dessas dívidas correspondia ao Reino Unido, o país europeu com maior número de titulares de cartões de crédito.
Para o FMI, a subida do desemprego esteve na origem da crise dos cartões de crédito, que provocou perdas de milhares de milhões de dólares nos Estados Unidos, factor que se estendeu para a Europa que ficou igualmente com uma herança significativa do crédito malparado dos consumidores.
Segundo a análise do FMI, cerca de 14% dos 1,9 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) de dívidas dos consumidores norte-americanos não foram recuperados pelos bancos credores. O Citigroup, Banco da América, JPMorgan Chase e Wells Fargo, além do American Express, sofreram já perdas de milhares de milhões nas suas carteiras de cartões de crédito.