Entre as várias medidas da troika, uma aplica-se aos bancos que serão obrigados a mudar os critérios de contabilização do crédito malparado, o que vai causar o aumento do nível das dívidas vencidas.
Tendo em conta que Portugal é um país em recessão, o baixo valor do crédito malparado é estranho, se comparado com outros países europeus, como é o caso da vizinha Espanha.
Foi com base neste raciocínio que a troika decidiu que “a informação sobre os créditos em incumprimento vai ser melhorada com a criação de um novo rácio alinhado com as melhores práticas internacionais”.
Esta situação é bem explicada pelo Jornal de Negócios que dá o exemplo de um crédito habitação. O que acontece em Espanha, por exemplo é que no caso de um empréstimo em que o cliente deva ao banco 100 mil euros e já não tenha pago as últimas 8 prestações, sendo cada uma de 500€, o crédito malparado é de 100 mil euros, ou melhor dizendo, todo o capital em dívida. Em Portugal, o malparado são apenas as prestações em dívida, neste caso, 4 mil euros.
Por aqui dá para perceber o porquê do crédito malparado ter aparentemente valores baixos, além do tão divulgado grau elevado de provisões que os bancos anunciavam para cobrir os riscos.