Estima-se que em 2010 o mercado accionista recupere a sua performance. Esta foi a convicção expressa por Pedro Assis, sub-director geral da Schroders Spain & Portugal.
O cenário de crescimento económico das empresas é real, pelo que terá como consequência a valorização das acções. Porém, Pedro Assis quis frisar que há riscos fundamentais nas economias. Apesar dos indicadores de recuperação, será necessária uma atenção redobrada, já que por si só essa recuperação não é suficiente para suportar a subida do mercado.
Não se prevê, de imediato, qual será o impacto da remoção das medidas de política monetária não convencionais admitidas pelo Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE). Uma saída demasiado cedo do BCE teria consequências irreversíveis. Assis lembrou tratar-se de uma situação extraordinária, que obrigou à aplicação das medidas necessárias para repor a normalidade, pelo que tal implica riscos.
As taxas de juro estão no nível mais baixo de que há memória. O responsável da Schroders Spain & Portugal defendeu que, até ao primeiro trimestre de 2011, irão começar a subir.
A subida da cotação do ouro foi abordada como o espelho da desvalorização do dólar norte-americano. O ouro começa a reconquistar o interesse dos bancos centrais mais para diversificação da sua base de reservas, demasiado concentrada em dólares e títulos representativos de dívida americana, defendeu o especialista, em entrevista ao jornal “Oje”.
Conselho para os investidores portugueses
Perante o cenário de evolução macro-económica e no que respeita ao comportamento dos mercados financeiros, a Schroders Spain & Portugal está a recomendar que os investidores tomem uma atitude prudente e aumentem a exposição a activos mais arriscados e que possam render mais dinheiro. As aplicações de curto prazo e em dívida pública não oferecem grande rentabilidade, na opinião de Pedro Assis. Como tal sugere-se o investimento em obrigações de empresas e o regresso ao mercado de acções.
O pior em termos económicos já terá passado.
Para 2012, a Schroders Spain & Portugal crê na recuperação e saída da crise. Mas existem riscos e um deles é a retracção do consumidor final que possa não ajudar a consolidar esta recuperação. Outro risco passa pela retoma demorada que não se compadece com o aumento dos défices públicos.
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