Descubra neste artigo tudo o que precisa saber para entender as Metas Curriculares de Inglês no Ensino Básico, porque existem e quais as grandes razões para o inglês fazer parte da vida escolar das nossas crianças.
O inglês e a “nova escola”
As novas gerações que frequentam a escolaridade obrigatória são conhecidas como nativos digitais. Isso que dizer que aprendem de uma forma bastante diferente, quando comparadas às gerações anteriores. Nasceram numa era digital, de telemóveis de ecrã tátil, smart TV, internet móvel, comunicação universal, interação sem fronteiras. De tão ativas, essas pequenas mentes podem até sonhar com profissões que nem sequer existem nos dias de hoje. Isso diz muito sobre a mudança nas necessidades da educação nacional – e não só.
No último ano, acompanhamos de perto as alterações feitas nos planos oficiais de ensino nacional – determinadas através das orientações do Ministério da Educação e da Ciência, por meio da Direção-Geral da Educação. As primeiras, apresentadas ainda durante o mandato de Nuno Crato, mostraram um guia detalhado e “apertado” de ensino e objetivos: as Metas Curriculares.
Foi através delas que o órgão oficial que regula a educação em Portugal, determinou o caminho a seguir na aprendizagem de cada disciplina obrigatória e quais são os objetivos a alcançar para dar continuidade à vida escolar – sem reprovação. O inglês, por exemplo, passou a ser protagonista nesta história.
A mudança: inglês obrigatório
No ano letivo anterior, antes da entrada do atual Ministro Tiago Brandão Rodrigues, o inglês passou a ser obrigatório a para o 3.º ano do Ensino Básico. No ano seguinte, que está a decorrer, a regra passou a valer também para os alunos do 4.º ano. Agora, os alunos que frequentam o 1.º Ciclo, com exclusão do 1.º e do 2.º anos, passam a ser avaliados também no idioma mais global do mundo – que passa a representar risco de reprovação. Em síntese, os alunos destes anos escolares têm de alcançar uma nota igual ou superior a três valores em inglês, matemática e português – tal como acontecia apenas com os alunos a partir do 5.º ano.
Hoje o inglês é como a matemática, a língua materna ou as ciências sociais: indispensável. A Europa, com a sua oferta e cobrança plurilinguística e pluricultural, exige muito mais, e a aprendizagem precoce de um idioma estrangeiro passou a ser urgente e fundamental – sendo a língua inglesa a mais utilizada, é natural que ela seja uma exigência cada vez mais frequente.
Em Portugal, a língua Inglesa está presente há alguns anos no 1.º Ciclo do Ensino Básico, mas apenas como atividade extra, recomendada através das AECS (Atividades de Enriquecimento Curricular). Com o passar dos anos, viu-se que a sua necessidade era imperativa também para as crianças desta faixa etária, e esta realidade de ensino seria alcançada através da obrigatoriedade da disciplina.
Aprendizagem da língua Inglesa no 1.º Ciclo
A introdução do inglês no 1.º Ciclo do Ensino Básico deve-se a vários fatores, entre eles:
- O contexto europeu e global em que as crianças estão inseridas;
- A expansão das relações internacionais;
- A mobilidade das pessoas e bens;
- A evolução dos meios de comunicação;
- A necessidade de haver uma identidade de cidadania a nível europeu;
- A promoção de uma consciência intercultural e plurilinguística;
- O incentivo à formação de crianças comunicadoras e socialmente responsáveis.
Mas afinal, por que razões aprender inglês desde cedo?
Porque uma língua estrangeira pode trazer inúmeros benefícios de caráter psicomotor, neurológico e afetivo, através da sua contribuição para o desenvolvimento da flexibilidade mental e do domínio de diferentes códigos linguísticos. A ciência cognitiva já fala que a “plasticidade” do nosso cérebro reduz com o avançar dos anos e aponta que a idade ideal para introduzir um segundo idioma estará entre os 5 e os 6 anos.
Tome nota das vantagens do inglês para as crianças com idade escolar que frequentam o Ensino Básico:
- Nesta altura existe uma maior predisposição cerebral para a aprendizagem;
- A partir dos 11 anos, a plasticidade cerebral reduz significativamente;
- A aprendizagem precoce favorece o percurso académico e profissional;
- Antes dos 10 anos as crianças não ficam inibidas diante umas das outras;
- Durante o 1.º Ciclo elas estão mais desejosas e recetivas ao ensino do inglês;
- A aprendizagem do inglês ajuda a consolidar mesmo os conceitos mais básicos da própria língua materna;
- Ajuda a criança a educar o ouvido, para a sensibilidade a novos ritmos, sons e entoações;
- Contribui para desenvolver a empatia pelos outros povos e culturas;
- Aumenta a autoconfiança, favorece a comunicação e desenvolve a autoestima;
- Do ponto de vista afetivo, quanto mais cedo ocorre o contacto com um segundo idioma, menos resistência o aluno demonstra, uma vez que a língua estrangeira não representa a inibição do ego e da identidade cultural e materna da criança.
Descubra, através do portal da Direção-Geral da Educação e dos documentos de apoio, tudo o que precisa saber sobre as Metas Curriculares que determinam os passos a seguir durante os sete anos de ensino obrigatório do inglês.
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