Miguel Pinto
Miguel Pinto
10 Set, 2025 - 17:00

Polestar 5: luxo escandinavo com músculo de supercarro

Miguel Pinto
Polestar 5

Não começou como um carro. Começou como um manifesto. O Precept, lembram-se? Aquele protótipo de 2020 que parecia demasiado bonito para ser verdade. Pois bem, cinco anos depois, a Polestar decidiu que não há verdades demasiado bonitas para não serem fabricadas. E eis-nos perante o Polestar 5.

Trata-se de um Grand Tourer de quatro portas, comprido como um dia de inverno sueco, silencioso como um lago gelado, mas com o coração elétrico a bater a 650 kW.

Aliás, chamar-lhe apenas “carro” soa redutor. É uma espécie de escultura funcional em alumínio colado (não, não é uma metáfora, é mesmo assim), com linhas inspiradas na aviação e uma traseira Kamm que parece ter sido desenhada num túnel de vento, mas com poesia pelo meio.

O coeficiente aerodinâmico? 0,24. Para os nerds da física, é uma obra-prima. Para o resto de nós, significa que corta o ar como uma lâmina bem afiada.

Polestar 5: engenharia ousada

E depois há os detalhes que nos fazem sorrir. As maçanetas retráteis, o teto panorâmico que mais parece um aquário de vidro (dois metros de luz sobre as cabeças), a barra de luz traseira que não é só bonita, é também engenhosa.

Tudo isto sem comprometer o espaço para os passageiros de trás. Milagre? Não, engenharia sueca com pitadas de ousadia.

No interior, o luxo fala uma língua diferente, a da consciência. MicroTech, couro Nappa livre de crómio e fibras de linho que parecem vir diretamente de um atelier de design eco-chic. Não é apenas “verde”, é sofisticado.

E sim, os bancos Recaro podem massajar enquanto se controla a climatização de quatro zonas ou se brinca com o sistema Android Automotive de 14,5 polegadas. Quem diria que um carro elétrico poderia ser também um spa móvel?

Polestar 5 na estrada

Performance de topo

Mas não se enganem com o ambiente zen. Quando se pisa o acelerador, o Polestar 5 Performance mostra os dentes e vai dos 0 aos 100 km/h em 3,2 segundos. O Dual Motor, um nadinha mais “comportado”, faz o mesmo em 3,9. Ambos limitados a 250 km/h, porque, convenhamos, ninguém precisa de mais.

A bateria de 112 kWh (com arquitetura de 800 V) carrega dos 10 aos 80% em apenas 22 minutos num carregador adequado. Dá para tomar um café, discutir futebol, e já está. Autonomia? Até 670 km na versão Dual Motor.

Mais do que suficiente para ir de Lisboa a Madrid e ainda sobrar energia para procurar estacionamento.

Agora, a pergunta inevitável: quanto custa esta obra de arte sobre rodas?

Pois bem, o Dual Motor começa nos 122.600 euros, e o Performance nos 146.400. Sim, é dinheiro a sério. Mas também é um carro a sério. E, sinceramente, quem olha para esta peça de design sobre rodas percebe que não se compra apenas transporte. Compra-se uma visão.

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