Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
03 Abr, 2025 - 16:00

O seu gato morde? Entenda os motivos e como manter os seus dedos a salvo!

Cláudia Pereira

Descubra porque é que o gato lá de casa morde e como pode evitar dentadas indesejadas. Dicas simples para donos de gatos com dedos intactos.

Tudo parece tranquilo. Está a fazer festas no seu gato, ele ronrona… e, de repente, zás! Uma dentada no dedo. Se já lhe aconteceu, não está sozinho. Mas antes de acusar o felino de traição, vale a pena entender o que está por trás. Sim, há lógica felina. E há solução.

Porque é que os gatos mordem?

Morder, para um gato, é uma forma de se exprimir. Pode significar várias coisas. E, spoiler: nem sempre tem a ver consigo. Às vezes, são só… “coisas de gato“.

5 Motivos comuns para o gato morder

Nem sempre se trata de agressividade. Muitas vezes, o gato está apenas a comunicar à sua maneira. Pode ser uma brincadeira mais entusiasmada, um aviso discreto ou uma reacção ao stress. O segredo está em decifrar o que ele quer dizer… com os dentes. Eis as principais razões por detrás dessas dentadas inesperadas:

1.

Excesso de mimo

Alguns gatos gostam de festas… mas só até certo ponto. É como se tivessem um interruptor invisível entre o “adoro isto” e o “tira as mãos de cima de mim”. Quando esse limite é ultrapassado, respondem com uma dentadinha rápida — não por maldade, mas como forma de dizer “obrigado, chega por hoje”. Aprender a ler os sinais de saturação (como a cauda a bater ou o corpo a ficar mais rígido) é meio caminho andado para evitar surpresas.

2.

Brincadeira felina

Gatos, sobretudo os mais novos, aprendem o mundo com a boca. É através dela que agarram, caçam, exploram e interagem. Por isso, se nunca lhes foi mostrado que mãos não são brinquedos, vão continuar a ver os dedos como alvos móveis bastante interessantes. Neste caso, as mordidas fazem parte da brincadeira — mas o ideal é redirecionar essa energia para brinquedos próprios, que não gritam quando são mordidos.

3.

Medo ou frustração

Quando se sentem ameaçados, inseguros ou sem rota de fuga, muitos gatos optam por morder. É um comportamento de defesa, instintivo e rápido. A mordida pode surgir numa ida ao veterinário, numa tentativa de agarrar o gato ao colo à força ou mesmo ao tentar tirá-lo de um esconderijo. Nestes momentos, o gato não está a ser “mau” — está apenas a tentar proteger-se.

4.

Dor ou desconforto

Se o gato reage com uma dentada ao toque, especialmente numa área específica do corpo, é provável que algo não esteja bem. Pode ser dor muscular, um problema dentário ou mesmo uma lesão que não se vê à primeira vista. Ignorar estes sinais é um erro comum. Neste caso, o melhor a fazer é marcar uma consulta no veterinário para garantir que está tudo sob controlo.

5.

Rotina alterada

Gatos são criaturas de hábitos. Mudanças no ambiente — como móveis novos, barulhos desconhecidos ou a chegada de visitas — podem gerar desconforto. E esse desconforto pode manifestar-se sob a forma de irritação, ansiedade e, claro, mordidelas. Manter uma rotina previsível e um espaço seguro ajuda o gato a sentir-se mais calmo e menos propenso a “falar com os dentes”.

Como proteger os dedos (e manter o gato feliz)

Se quer manter os dedos intactos e o gato bem-disposto, o segredo está em prevenir, entender e, quando necessário, pedir ajuda. Aqui ficam algumas estratégias simples que podem ajudar:

Aprenda a reconhecer os sinais antes da dentada

O gato dá avisos — mesmo que não fale. Cauda a abanar, orelhas para trás, olhar fixo? São sinais claros de que a paciência está a acabar. Retire a mão com calma e dignidade. Ainda vai a tempo de evitar uma dentada dramática.

Use brinquedos para dizer “não”

Mãos são para mimos, brinquedos são para morder. Quanto mais cedo o gato aprender esta diferença, melhor para todos. Tenha sempre brinquedos por perto para redirecionar a energia felina — e poupar os seus dedos.

Evite gritos ou palmadas

Normalmente castigos físicos não resultam apenas criam desconfiança e aumentam o stress. Um “não” firme, seguido de afastamento, é mais eficaz e ensina o gato sem o assustar. Gatos não aprendem com medo — aprendem com consistência.

Crie uma rotina calma e previsível

Gatos gostam de saber com o que contar. Horários regulares para refeições, brincadeiras e descanso dão-lhes segurança. Um ambiente estável ajuda a reduzir o comportamento agressivo e promove um gato mais tranquilo.

Peça ajuda quando for preciso

Se o comportamento for persistente, agressivo ou fora do habitual, o melhor é consultar um veterinário ou um especialista em comportamento felino. Às vezes, basta um pequeno ajuste para mudar tudo.

Morder faz parte da linguagem felina. Entender o que o gato está a tentar dizer com os dentes é o primeiro passo para resolver o problema — e para manter os dedos fora de perigo. No fundo, trata-se de observar, respeitar os limites… e saber quando é boa ideia recuar devagarinho com todos os dedos ainda no lugar.

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