Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
25 Set, 2025 - 18:30

Oferta de habitação em Portugal está perto de mínimos históricos

Cláudia Pereira

O número de casas à venda em Portugal está apenas 5% acima do mínimo de 2022. Lisboa, Madeira, Aveiro, Coimbra e Santarém já registam valores mínimos históricos em 2025.

A fotografia atual do mercado é clara: há menos casas à venda. Portugal encontra-se apenas 5% acima do mínimo histórico registado em 2022. Para quem procura comprar casa, isto significa menos opções e mais pressão.

Os dados analisados pelo idealista mostram que a tendência não é apenas nacional. Vários distritos e cidades já atingiram mínimos absolutos no segundo trimestre de 2025.

Distritos e ilhas em quebra

Lisboa, Madeira, Aveiro, Coimbra e Santarém estão no fundo da tabela, pois, nunca tiveram tão poucas casas disponíveis para venda. O cenário é preocupante, porque estas zonas são precisamente locais de grande procura.

Outros distritos estão a caminhar no mesmo sentido. A ilha de São Miguel encontra-se apenas 3% acima do mínimo registado em 2025. Setúbal está 4% acima do valor mais baixo desde 2022. O Porto, que é sempre um dos mercados mais dinâmicos, tem hoje uma oferta 12% acima do mínimo de há três anos.

A lista continua: Évora, Viana do Castelo, Braga, Leiria, Faro e até zonas mais interiores, como Portalegre e Castelo Branco, apresentam quedas relevantes. Em muitos casos, os números atuais estão a apenas alguns pontos percentuais dos mínimos registados na última década.

Cidades em mínimos históricos

A análise ao detalhe mostra que não são só os distritos a sofrer. Cidades inteiras estão em quebra: Beja, Coimbra, Lisboa e Funchal registaram mínimos históricos no segundo trimestre de 2025.

Outros centros urbanos seguem no mesmo caminho: Viseu, Braga, Viana do Castelo e Santarém estão muito próximos dos seus mínimos. Mesmo cidades tradicionalmente mais acessíveis, como Aveiro, Faro e Castelo Branco, apresentam hoje uma escassez que não se via há anos.

Tanto nas capitais de distrito como nas cidades médias, a dificuldade em encontrar casa para comprar é cada vez maior.

Impacto para compradores e vendedores

Para quem quer comprar casa, a vida complica-se, menos casas no mercado significa menos hipóteses de escolha. Muitas vezes, os compradores enfrentam leilões informais, com várias propostas em cima da mesa no mesmo dia. Resultado? Mais pressão para decidir rápido e menos espaço para negociar.

Já para os vendedores, a situação pode ser vantajosa. Com menos concorrência, um imóvel em boa localização tem maior destaque. Isto pode traduzir-se em preços mais elevados e vendas mais rápidas. Em alguns casos, basta colocar a casa no mercado e as visitas começam de imediato.

Porque interessa acompanhar estes dados

O acesso à habitação é um tema quente em Portugal. Nos últimos anos, os preços dispararam, impulsionados pela procura interna e externa. Agora, com a oferta em mínimos, a tendência de subida pode ganhar novo fôlego.

O problema não afeta apenas quem compra, também quem arrenda sente as consequências. Menos casas para venda significa menor rotatividade no mercado e quando a oferta escasseia, os preços tendem a subir em todas as frentes.

Acompanhar os números é fundamental. Permite perceber a dinâmica do mercado, avaliar se é um bom momento para comprar ou vender e antecipar movimentos que podem impactar famílias e investidores.

É como procurar lugar num parque de estacionamento cheio: a vaga existe, mas vai exigir paciência, rapidez e, por vezes, um pouco de sorte.

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