Imagine um lugar onde a água brota quente do chão, rodeada por floresta densa, e o tempo parece abrandar só para si. Um sítio onde pode mergulhar sob as estrelas, deixar o corpo relaxar e a mente desligar. Esse lugar existe — chama-se Poça da Dona Beija — e está escondido no vale das Furnas, na ilha de São Miguel, Açores.
Este recanto termal, que combina natureza, tradição e um toque de magia, é um dos destinos mais especiais para quem procura tranquilidade e bem-estar. Saiba tudo o que precisa para visitar, desde horários e preços até dicas práticas para tirar o máximo partido da experiência. Porque há lugares que não se explicam — sentem-se.
Um refúgio de água quente no coração das Furnas
A Poça da Dona Beija é mais do que um simples local para banhos. É uma experiência sensorial. Aqui, cinco piscinas ao ar livre, enquadradas em perfeita harmonia com a natureza, recebem quem procura um momento de paz. As águas, com cerca de 39 °C, brotam do interior da terra, carregadas de ferro e outros minerais que aquecem o corpo e serenam a mente.
Cada piscina tem o seu charme. Há as mais fundas para flutuar em silêncio e as mais rasas para relaxar sem pressa. A combinação da temperatura, com o leve vapor que dança sobre a superfície, transforma o ambiente num verdadeiro santuário termal.
Benefícios que vão além do relaxamento
A água termal da Poça da Dona Beija não serve apenas para descontrair. Os seus minerais naturais ajudam a aliviar dores musculares, estimulam a pele e promovem um descanso mais profundo. É o tipo de tratamento que não se vende em frascos — e ainda bem.
Estar ali, envolvido pelo som das folhas, com o calor a entrar pelos poros, faz com que cada banho seja uma espécie de meditação. Os locais dizem que o tempo passa devagar naquele canto. Dizem os visitantes que, ao sair, sentem-se como novos. Será efeito da água ou da magia da ilha? Talvez ambos.
Um passeio ao fim do dia ou da noite
Embora esteja aberta todo o dia, visitar a Poça ao anoitecer é um privilégio. O vapor da água mistura-se com a brisa fresca, enquanto luzes suaves iluminam as pedras e plantas. Sob um céu estrelado, o banho torna-se poesia. Não há música ambiente. Só o murmúrio da água a correr e os sorrisos de quem lá está.
Dicas para aproveitar ao máximo a Poça da D. Beija
Para tirar verdadeiro partido da experiência, o ideal é chegar cedo ou optar por uma visita mais tardia, quando o ambiente está mais calmo e a luz começa a suavizar. Se chover, não desista. O contraste entre o ar fresco e a água quente transforma-se num momento único — quase cinematográfico.
Convém evitar maquilhagem e bijutaria, já que os minerais presentes na água podem interagir com certos materiais. E, embora não seja permitido comer dentro do recinto, não faltam bons restaurantes nas redondezas para um final de visita saboroso.
O que levar para a Poça da Dona Beija
Preparar bem a visita faz toda a diferença. Um fato de banho escuro é quase obrigatório, já que o ferro presente na água tende a deixar marcas nos tecidos mais claros. Levar uma toalha quente, chinelos confortáveis e uma mochila leve com o essencial vai ajudar a manter o foco no que realmente importa: relaxar.
Um roupão também pode ser útil, sobretudo à noite ou em dias mais frescos. E não se esqueça de hidratar-se antes e depois do banho — embora a água relaxe, também pode deixar o corpo mais exigente em líquidos.
Informações práticas para a visita
A Poça da Dona Beija está aberta todos os dias, das 8h30 às 23h00, sendo a última entrada permitida até às 21h30. Cada visita tem a duração máxima de uma hora e meia, o suficiente para relaxar sem pressas.
Os bilhetes são adquiridos exclusivamente online, através do site oficial, e o valor ronda os 8 euros por adulto, embora possa sofrer alterações.
O que fazer nas redondezas
Depois do banho, o passeio continua. O Parque Terra Nostra fica ali perto e vale a visita. E claro, não se pode ir embora das Furnas sem provar o famoso Cozido das Furnas, cozinhado lentamente nas caldeiras vulcânicas.
Para quem quiser uma experiência completa, há tours que combinam transporte, jantar e entrada nas termas. Ideal para quem prefere relaxar sem preocupações logísticas.
Um mergulho inesquecível
Nem sempre este lugar foi assim tão conhecido. Durante anos, a nascente corria livremente pela natureza, visitada apenas por alguns habitantes locais que sabiam do seu valor. Conta-se que o nome surgiu de uma lenda antiga, em que uma jovem chamada Beija se refugiava ali para fugir ao reboliço da vila — e aos olhares curiosos.
Com o tempo, o espaço foi sendo recuperado, respeitando sempre a paisagem envolvente, até se tornar no retiro termal que é hoje. Ainda assim, apesar da fama crescente, a Poça conseguiu manter a alma original: um lugar simples, sereno, onde a natureza dita o ritmo e o corpo agradece.
A Poça da Dona Beija é uma daquelas experiências que se leva na memória — e no corpo. Um convite ao descanso, à contemplação e ao prazer simples de estar presente. Num mundo que anda a correr, este recanto dos Açores lembra que parar também é viver.