Miguel Pinto
Miguel Pinto
01 Dez, 2025 - 16:00

Saiba quais as portagens que serão abolidas no próximo ano

Miguel Pinto

O Orçamento de Estado do próximo ano traz o fim das portagens em diversos troços de autoestrada. Conheça tudo o que vai mudar.

Portagens na A25

O Orçamento de Estado para 2026 (OE2026) foi aprovado e ficou marcado por alterações significativas ao regime de portagens em várias autoestradas portuguesas.

As propostas dos partidos da oposição, especialmente PS e Chega, impuseram ao Governo o fim das portagens em troços das autoestradas A2, A6, A8, A19, A25 e A41-CREP.

Apesar de ir contra os propósitos do Governo, que alegou o impacto orçamental destas medidas, a verdade é que a conjugação de votos da oposição acabou por levar à aprovação.

Fique então a saber tudo o que vai mudar no próximo ano quando estiver a transitar pelas algumas autoestradas portuguesas.

A25: fim total das portagens

A autoestrada A25 passará a estar completamente isenta de portagens em 2026. Embora grande parte desta via já não tivesse custos para os utilizadores desde janeiro de 2025, permanecia um pequeno troço onde se mantinha a cobrança.

A proposta aprovada elimina esta incongruência, estendendo a isenção a toda a extensão da autoestrada, incluindo os troços Esgueira-Aveiro Nascente, Estádio-Angeja e Angeja-Albergaria.

Esta medida abrange todos os tipos de veículos e visa beneficiar uma região que já estava parcialmente isenta, uniformizando agora o acesso sem custos em toda a via.

A2 e A6: isenção para residentes no Alentejo

No Alentejo, o fim das portagens na A2 e A6 foi aprovado, mas com uma particularidade de apenas se aplicar a residentes e empresas da região.

Esta isenção parcial deverá ser implementada até ao final do primeiro trimestre de 2026 e funcionará através de um dispositivo eletrónico associado à matrícula do veículo.

Na A6, a isenção abrange o troço entre o nó A2/A6/A13 e Caia, beneficiando os territórios do Alto Alentejo e Alentejo Central. Na A2, a medida aplica-se entre o mesmo nó (A2/A6/A13) e Almodôvar, com impacto direto no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral.

Recorde-se que estas autoestradas são concessionadas pela Brisa, e a isenção implica o pagamento de uma compensação à empresa.

Segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), o impacto orçamental será de 23,4 milhões de euros no primeiro ano, estimando-se que este custo aumente nos anos seguintes, podendo atingir os 23,8 milhões de euros anuais quando a medida estiver em pleno funcionamento.

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A41-CREP: suspensão temporária

A Circular Regional Exterior do Porto (A41-CREP) também foi alvo de alterações. O Governo já tinha anunciado que as portagens para veículos pesados terminariam a partir de março de 2026, durante as horas de ponta.

No entanto, uma proposta do PS foi mais longe e obriga o Governo a suspender a cobrança de portagens nesta via enquanto não concluir um estudo sobre os efeitos da medida.

Este estudo deverá avaliar o impacto no alívio do congestionamento das vias, especialmente da Via de Cintura Interna do Porto, e considerar medidas como a introdução de isenções parciais, a relocalização dos pontos de cobrança na A4 entre Matosinhos e a Maia, ou a aplicação de taxas variáveis.

A19 e A8: suspensão para veículos pesados em Leiria

Foi também aprovada a suspensão da cobrança de portagens aos veículos pesados que utilizam troços da A19 e A8 na região de Leiria.

Esta medida mantém-se enquanto o Governo não concluir um estudo sobre os potenciais efeitos negativos do tráfego rodoviário no Mosteiro da Batalha, devendo esse relatório estar concluído até ao final de 2026.

A suspensão abrange a A19 entre São Jorge e Leiria Sul (nó A8/A19) e a A8 entre Leiria Sul e Pousos. O objetivo é avaliar formas de proteger o património histórico da região e propor medidas de mitigação necessárias.

Impacto financeiro e reação do Governo

O secretário de Estado adjunto e do Orçamento, José Maria Brandão de Brito, alertou durante o debate parlamentar que as várias propostas da oposição para eliminar portagens teriam um impacto superior a 100 milhões de euros por ano.

O Governo estima que as alterações introduzidas pela oposição tenham um impacto orçamental total na ordem dos 100 milhões de euros.

Mas a verdade é que para os condutores e empresas das regiões abrangidas, estas medidas traduzem-se numa redução de custos de deslocação e transporte.

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