Hugo Moreira
Hugo Moreira
16 Dez, 2010 - 00:00

Portugal a exportar gasóleo?

Hugo Moreira

Já avançou um novo projecto de conversão das refinarias da Galp Energia, em Matosinhos e em Sines, que pretende adaptar a sua produção às necessidades do mercado nacional, uma vez que hoje em dia, as refinarias produzem menos gasóleo do que é consumido no mercado. Com este projecto, Portugal vai produzir mais gasóleo, podendo até passar de importador a exportador, o que poderá ter um impacto muito positivo na nossa economia.

Portugal a exportar gasóleo?

De acordo com a Galp Energia, o projecto de conversão das duas refinarias em Matosinhos e em Sines, vai ajustar a capacidade produtiva das refinarias às reais necessidades do mercado.

Verifica-se uma maior procura de gasóleo e por esse motivo pretende-se aumentar a produção de gasóleo, diminuindo a produção de fuelóleo, até porque o seu consumo tem tendência a diminuir por ser menos amigo do ambiente.

Este projecto implica um investimento de 1,4 mil milhões de euros, o maior investimento industrial de sempre em Portugal, mas também trará benefícios para a economia portuguesa, em termo de balança comercial  pois vamos passar de um país importador para um país exportador, tendo em conta que vai aumentar a capacidade de refinação, o que se reflecte em mais barris de petróleo por dia.

Este projecto vai também contribuir para que as duas refinarias se apoiem mais e se complementem, o que permite alterações do perfil de produção para uma resposta mais rápida a alterações da procura de produtos refinados. 

Em termos económicos, outra vantagem deste investimento é que tal vai gerar a criação de 150 empregos directos e 450 empregos indirectos.

Recorde-se que a refinaria de Matosinhos está em actividade desde 1969 e a de Sines desde 1979, período em que havia uma maior procura de gasolina. Como a tendência é para deixar de procurar gasolina, mas sim gasóleo, impõe-se uma redefinição de estratégia e ajustar a produção à maior procura.

A petrolífera contratou um crédito de 300 milhões de euros  com o Banco Europeu de Investimento (BEI) para equipar as refinarias com novas unidades de conversão.

Segundo a empresa, quando estiver concluída a reconfiguração dos dois pólos de refinação, e Portugal passar a exportar mais e a importar menos, então a balança comercial portuguesa terá benefícios superiores a 400 milhões de euros por ano.