Hugo Moreira
Hugo Moreira
28 Abr, 2010 - 00:00

Portugueses apostam no consumo de qualidade

Hugo Moreira

Pela primeira vez em dez anos, os Portugueses preferem poupar a consumir.

Portugueses apostam no consumo de qualidade

Pela primeira vez nos últimos dez anos, os portugueses têm mais intenção de poupar dinheiro do que a consumir as suas economias, à semelhança do que acontece com outros países europeus, como Espanha, França ou Itália, as conclusões são do Barómetro do Consumidor Europeu, realizado pelo Observador Cetelem.

Aliás é nos países do sul da Europa que se verificaram mais intenções de poupança. Porém, fazendo a média dos 12 países europeus, o saldo mantém-se positivo a favor do consumo devido aos países da Europa Central.

Em Portugal 47% dos inquiridos quer comprar este ano produtos de lazer, seguido de electrodomésticos. Como consequência da crise, prevê-se que os portugueses optem mais por artigos em segunda mão, como produtos culturais (livros, música e filmes) e automóveis.

E apesar das intenções de poupança, os portugueses parecem estar mais confiantes em 2010 face à situação do País, comparativamente com o ano passado. Mas questionados sobre se a crise actual irá afectar de uma forma duradoura a forma como consomem, 74% dos portugueses responderam que sim, um valor superior à média europeia, que se centrou nos 64%.

Consumir menos e melhor

O Barómetro Europeu identifica uma tendência de consumo direccionada para os produtos ecológicos. A média de utilização de papel reciclado na Europa é de 63%, inferior à portuguesa com 75%.

A preocupação com o preço dos produtos também conta, sendo que os mais baratos são os mais apetecíveis pelos consumidores portugueses.
As preferências dos europeus continuam a pender para os produtos de lazer e viagens, e para produtos para o lar e telemóveis.

Este estudo analisa o comportamento dos consumidores europeus criando um paralelismo entre o antes e o pós crise. O inquérito revela que, os europeus estão, na generalidade mais interessados em consumir com qualidade que em quantidade. Para a empresa financeira de crédito, as famílias resistiram melhor do que o esperado e, ao longo deste ano, a tendência não é para consumirem menos, mas melhor.

Além dos aspectos de análise dos comportamentos de consumo dos europeus, este estudo identificou mudanças estruturais como as alterações demográficas, com consequência no aumento da importância da “terceira idade”. A evolução das despesas, nomeadamente as relacionadas com a saúde, vão ocupar, no futuro, um lugar de destaque.

O estudo do Observatório Cetelem, no seu Barómetro Europeu, foi realizado em Dezembro de 2009 através de 500 entrevistas por cada um dos 12 países: Alemanha, Bélgica, Eslováquia, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Rússia (um universo total de 8 mil europeus).