O gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat, divulgou recentemente que as remessas de dinheiro dos emigrantes portugueses aumentaram em 2008, representando uma subida de dez milhões face aos 570 milhões que tinham saído em 2007. Destes 580 milhões de euros, 80 milhões foram enviados por emigrantes dentro do território europeu e o restante por residentes fora da União Europeia (UE). Em 2007, as remessas de dinheiro dos emigrantes lusos para o País atingiram os 570 milhões de euros, sendo a maior fatia (490 milhões) proveniente de fora da UE. No conjunto dos 27 estados-membros, as remessas de dinheiro dos emigrantes atingiram, em 2008, os 31,8 mil milhões de euros, contra os 31,3 mil milhões do ano anterior. Portugal é um dos países da União onde as remessas enviadas para o exterior têm um maior peso, só ultrapassadas pelos Países Baixos e pela Áustria.
Em comunicado, citado pelo “Público”, o Eurostat realça que o aumento de remessas de dinheiro dos emigrantes nos últimos anos deve-se ao grande aumento dos fluxos para fora da UE, que passou dos 11,5 em 2004 para 22,5 mil milhões de euros em 2008. No interior da UE, os montantes enviados cresceram apenas 7,9 mil milhões para 9,3 mil milhões de euros. Segundo diário, o país de onde saíram mais remessas em 2008 foi Espanha, com 7840 milhões de euros, seguindo-se a Itália (6380 milhões), a França (3400 milhões) e a Alemanha (3120 milhões).
Porém, dados divulgados recentemente pelo Banco de Portugal revelam que, até Novembro, as remessas de dinheiro dos emigrantes portugueses totalizaram os 1,7 mil milhões de euros, em Novembro 2008, eram 1,8 mil milhões. Com a crise económica e menos portugueses a trabalhar no estrangeiro deverá verificar-se uma redução nas remessas de dinheiro dos emigrantes para o país.
Dez mil portugueses sem trabalho em Espanha
Com a crise económica e o aumento do desemprego no país vizinho serão muitos os emigrantes portugueses que trabalham na construção civil, agricultura e pescas a regressar. Dados divulgados no início de Fevereiro pela Segurança Social de Espanha dão conta de uma redução de 4,68 por cento do número de estrangeiros inscritos em Dezembro de 2009, face ao mesmo mês do ano anterior.
A Segurança Social espanhola perdeu 10.168 inscritos de nacionalidade portuguesa. Em Dezembro de 2009, estavam inscritos quase 59 mil trabalhadores portugueses.