Miguel Pinto
Miguel Pinto
10 Dez, 2025 - 15:00

Fiesta à vista? Renault e Ford aliam-se para eletrificar a Europa

Miguel Pinto

Está consumada uma parceria de peso no setor automóvel. Renault e Ford são agora aliadas em mais um passo rumo à eletrificação.

ford fiesta

Namoro que deu em casamento? Renault e Ford anunciaram uma parceria estratégica destinada a reforçar a oferta de veículos elétricos (EV) e veículos comerciais ligeiros na Europa.

A colaboração envolve o desenvolvimento de dois automóveis elétricos de passageiros com a marca Ford, baseados na plataforma elétrica do grupo Renault (a plataforma Ampere) e cuja produção irá decorrer nas instalações da marca gaulesa no norte de França.

Mas o acordo é mais vasto e as empresas assinaram também uma carta de intenções para explorar o desenvolvimento conjunto de veículos comerciais ligeiros, com versões de marcas Renault e Ford, tirando partido da escala industrial e sinergias de fornecimento de ambas as fabricantes.

Segundo os responsáveis das marcas, a aliança combina a eficácia industrial, experiência elétrica e know-how da Renault com o design, identidade de condução e ADN da Ford.

O objetivo? Oferecer veículos elétricos acessíveis, competitivos e adequados ao mercado europeu.

O primeiro destes novos Ford elétricos deverá chegar aos concessionários europeus em 2028, marcando o início de uma ofensiva de produto que pretende preencher lacunas na gama da Ford no Velho Continente.

E o Fiesta? Já se fala de um regresso eléctrico

Com este acordo, começou logo a falar-se da possíbilidade de regressar um modelo muito popular da Ford. Falamos do Fiesta, que sempre teve lugar especial no segmento dos compactos urbanos na Europa.

A saída da Ford desse segmento, nos últimos anos, deixou um vazio claro, tanto para consumidores como para a própria marca. A nova aliança com a Renault poderia ser a oportunidade perfeita para preencher esse vazio com um veículo moderno, elétrico e competitivo.

De facto, há especulações na imprensa internacional de que os novos modelos que saírem desta parceria poderão adotar características próximas às de um sucessor do Fiesta.

Alguns relatos sugerem que, além de um carro compacto elétrico com dimensões e preço acessíveis, poderá haver também um crossover de pequenino porte, evocando uma lógica muito urbana e adaptada às tendências de mobilidade atual.

Apesar de ainda não haver nenhuma confirmação de que o nome Fiesta seja reutilizado, os elementos do puzzle encaixam de forma bastante plausível, ou seja, plataforma compacta da Renault, fabrico europeu, ADN de design e comportamento da Ford.

O que muda no sector automóvel

responsáveis da Renault e Ford

A colaboração Renault-Ford representa uma resposta direta à pressão crescente dos fabricantes chineses de veículos elétricos, que têm vindo a oferecer modelos acessíveis, com boa autonomia e preço competitivo.

Ao juntar forças, as duas marcas europeias procuram manter relevância e escala num mercado cada vez mais competitivo. Para além disso, a aliança sinaliza uma tendência clara de que o futuro dos compactos e urbanos na Europa será dominado por elétricos acessíveis e pelas sinergias entre fabricantes.

Do ponto de vista do consumidor, isso significa que é provável que surja em poucos anos uma nova geração de pequenos veículos elétricos, com interiores modernos, eficiência energética, preços agressivos e pragmatismo urbano, algo cada vez mais importante num continente preocupado com emissões, regulamentações e custo de vida elevado.

No fundo, com esta parceria, a Ford recupera terreno onde recuou e a Renault rentabiliza a sua tecnologia elétrica e capacidade de produção. No global, ganha o mercado europeu, que poderá assistir a uma reviravolta nos segmentos B/compactos.

Veja também