É verdade que em Portugal Continental o dengue não tem expressão. Porém, nesta altura do ano, são muitos os portugueses que optam por passar férias em destinos tropicais, onde esta infeção é bastante comum. Por essa razão, faz todo o sentido ficar a saber mais sobre este problema de saúde.
É muito frequente registarem-se casos importados de dengue em viajantes que regressam à União Europeia, vindos de zonas endémicas. Além disso, o número de casos desta infeção tem vindo a aumentar significativamente nas últimas décadas, havendo mesmo o registo de grandes surtos. Portanto, fique a perceber como proteger-se da picada deste mosquito e quais os sintomas associados a esta infeção que, no passado, já marcou presença também na Europa.
Dengue: sintomas e formas de prevenção
O dengue é uma infeção provocada por um flavivírus. Ela é transmitida através da picada dos mosquitos do género Aedes, nomeadamente Ae. aegypti, infetados com o vírus. Esta infeção não é contagiosa, ou seja, não passa de pessoa para pessoa.
O dengue é, também, mais comum em países tropicais e subtropicais, nomeadamente no Brasil onde é mesmo considerado um problema de Saúde Pública. É uma infeção endémica em mais de 100 países em África, no continente americano, no sudeste asiático, no Pacífico ocidental e no leste do Mediterrâneo. Por essa razão, Portugal Continental não deteta a presença deste tipo de mosquitos que, por sua vez, já marca presença na Madeira.
Esta é a doença viral transmitida por mosquitos com maior impacto a nível mundial, registando-se dezenas de milhões de casos todos os anos, os quais resultam em cerca de 20.000 a 25.000 mortes, sobretudo em crianças.
Sintomas
Existem 4 serotipos deste vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4), ou seja, a imunidade a um serotipo não protege de todos os serotipos deste vírus. O seu período de incubação é, normalmente, de 3 a 7 dias, mas pode prolongar-se até 21 dias. Os sintomas podem surgir 3 a 14 dias após a picada do mosquito infetado.
Os sinais de infeção caraterizam-se por mal estar, falta de apetite, febre, dores de cabeça, dor retro orbital, mialgia, artralgia, exantema maculopapular, dores nos músculos e nas articulações, vómitos e manchas vermelhas na pele e, mais raramente, por um quadro hemorrágico.
São sinais de alerta a persistência dos seguintes sintomas:
- Dor abdominal intensa e contínua ou dor na apalpação do abdómen;
- Vómitos persistentes;
- Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
- Aumento progressivo do hematócrito;
- Queda abrupta das plaquetas.
Geralmente, os sintomas não duram mais de 10 dias, mas a convalescença pode ser prolongada e debilitante. A infecção pode ser assintomática, leve ou grave, pelo que é importante consultar um médico, fazer exames laboratoriais de sorologia, de biologia molecular e de isolamento viral,de modo a conseguir um diagnóstico exato.
Como não há vacina disponível na rede pública para proteger desta infeção, a aposta deve ser na prevenção e proteção individual. Existe sim uma vacina disponível na rede privada, mas ela só é administrada a pessoas que já tiveram pelo menos uma infeção por dengue.
Tratamento
Para aliviar os sintomas, é aconselhado:
- repousar;
- ingerir bastantes líquidos (água);
- não tomar medicamentos sem aconselhamento médico;
- administrar soro;
- aliviar os sintomas, de acordo com as indicações médicas.
Medidas de prevenção
Para evitar a proliferação deste mosquito e evitar a sua picada, há algumas medidas que podem e devem ser tomadas, tais como:
- esvaziar, semanalmente, as águas estagnadas dentro e à volta das casas;
- vestir camisas de manga comprida;
- usar as calças metidas dentro das meias;
- colocar mosquiteiros nas camas;
- aplicar repelente de insetos,…