O movimento com o nome Stopbanque, foi anunciado em Outubro pelo ex-jogador de futebol, o francês Eric Cantona. Este movimento circula na Internet e o pretendido é incentivar as pessoas a retirarem todo o seu dinheiro dos bancos, levando os mesmos ao colapso.
Hoje foi o dia escolhido para correr aos depósitos no banco e tirar todo o dinheiro, segundo informação que consta no www.bankrun2010.com e mesmo tendo a sua origem em França, já conta com seguidores noutros países, como Inglaterra, Itália, Dinamarca, Grécia, México, Islândia e República Checa, além de Portugal.
Segundo a página do movimento, “este é o primeiro grupo de acção espontânea, a fim de proteger-vos da comunicação social e corrupção política e nos libertar da escravidão que nos foi imposta pelos grandes banqueiros”.
“Hoje em dia já não se pegam em armas e se matam pessoas para fazer a revolução. Agora é realmente fácil”, continua o ex-futebolista, que conta com 60 mil seguidores.
Cantona continua, “o que é o sistema? O sistema anda à volta dos bancos, assenta no poder dos bancos, por isso, deve ser destruído, a começar pelos bancos”. Para concluir, “isso significa que três milhões de pessoas, em vez de andarem com cartazes nas ruas, vão aos bancos, levantam todo o seu dinheiro e os bancos entram simplesmente em colapso. E aí eles vão ouvir-nos de maneira diferente”.
Segundo a SEFIN, a Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de serviços e Produtos Financeiros, este movimento como uma forma de protestar contra a crise financeira não terá uma iniciativa muito credível, nem defensora dos interesses dos clientes.
Tal não significa que a entidade não concorde com os motivos por trás deste movimento e aponta várias falhas às instituições bancárias. A principal é o incentivo à obtenção de crédito, que induziu as pessoas a endividarem-se de forma irresponsável.
Este tipo de acção de corrida aos depósitos pode levar à falência de um banco pois o dinheiro depositado nunca está imediatamente disponível, já que é encaminhado para conceder empréstimos e investimentos.
Em Portugal, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) não levou tal história tão a sério afrimando inclusivamente que não tinha conhecimento deste movimento e que não tinha assim tantos seguidores quanto isso, desvalorizando o episódio.