Soumodip Sarkar defende que “sem espírito de empreender e sem vontade de mexer, o futuro do país está em causa. Não em termos do crescimento económico, porque vamos obviamente crescer, mas em termos de tentar chegar a ter a mesma riqueza dos outros países da União Europeia”.
O professor elogia a história de Portugal e confessa que já não reconhece o espírito empreendedor na cara das pessoas, como acontecia em outros tempos. Acredita que as pessoas devem procurar os aspectos positivos da crise e não devem baixar os braços perante as dificuldades. Se após enviarem centenas de currículos depois de um ano ou dois e não conseguem arranjar emprego, têm que pensar noutras possibilidades como a criação do próprio emprego.
Este investigador, do Departamento de Gestão da universidade alentejana e especialista em empreendedorismo e inovação, considera que neste momento estamos numa boa altura para abrir novos negócios, no entanto, é necessário encontrar novos nichos de negócios e deixar de ser tão limitado e passar a olhar para além da fronteira nacional. Ao criar um novo negócio não se pode pensar só no mercado português, tem que se pensar a nível europeu e até mundial.
Este pensamento empreendedor vem ao encontro de uma notícia anunciada ontem acerca da possibilidade de iniciar um negócio sem licença, já que o Governo decidiu simplificar o processo e acabar com alguns requisitos.
De acordo com a iniciativa “Licenciamento Zero”, o executivo pretende diminuir a burocracia que era necessário para iniciar uma actividade. Pretende, portanto, “reduzir encargos administrativos sobre os cidadãos e as empresas, mediante a eliminação de licenças, autorizações, validações, autenticações, certificações e registos, substituindo-os por um reforço da fiscalização sobre essas actividades”.
A informação acerca de uma nova actividade vai passar a ser partilhada por todas as autoridades consideradas relevantes no que toca a fiscalização. Para tal, vai ser possível, num balcão único electrónico resolver todas as formalidades inerentes ao negócio, sem haver a necessidade do cidadão se deslocar a inúmeros organismos para tratar de toda a burocracia. Este é o chamado Balcão do Empreendedor, que estará disponível em três línguas e estará acessivel através do Portal da Empresa, na Loja da Empresa, assim como nos municípios que assim o pretendam ou em outros balcões privados e públicos.
Estas mudanças na legislação são a prova que a crise pode ser encarada como uma oportunidade para variados negócios. É preciso é espírito empreendedor e vontade de fazer alguma coisa e não desistir face à primeira dificuldade, até porque por vezes falhar também é importante para aprender.