Se as discrepâncias sociais já costumam ser notícia constantemente em Portugal, parece que nem a crise veio ajudar a acabar com a grande diferença que existe entre as classes sociais. Segundo notícia avançada pelo Público, os salários dos gestores de topo aumentaram cerca de 3 por cento, enquanto os salários dos operários diminuíram cerca de 1,41 por cento. Estes dados são mais do que reveladores de que a retoma de que se fala por enquanto só se sente em quem está mais bem posicionado na vida.
Este estudo, divulgado pela Mercer, analisou as políticas salariais de 302 empresas e mostra efectivamente que este ano os salários estão a sofrer tendências não registadas nos anos anteriores. Se em 2012 e 2013 os salários sofreram quebras em quase todos os níveis hierárquicos, este ano “os cargos de direcção geral e administração conseguiram aumentos na ordem dos 3,31 por cento. Os directores de primeira linha e as chefias intermédias tiveram crescimentos de 1,64 e 1,14 por cento, respectivamente”.
Tiago Borges, responsável pela área de estudos de mercado e de compensações salariais da Mercer, revela que “a recuperação está a acontecer nas funções de maior conteúdo funcional e responsabilidade. É uma tendência que não é estranha: com a crise, os salários praticados nestas funções tiveram uma maior penalização e quando há retoma, as empresas têm tendência para reter estes recursos, cuja perda tem implicações mais altas em comparação com outros grupos de colaboradores”, conclui.
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