Share the post "Acidentes domésticos: como evitar levar as crianças às urgências"
Os acidentes domésticos acontecem, por muito cuidado que tenhamos. Principalmente quando existem crianças em casa, que, pela sua curiosidade e constante energia gostam de mexer e experimentar tudo. Mas em altura de pandemia, poderá ter alguns cuidados adicionais para evitar levar as crianças às urgências.
É certo que os serviços de saúde, nomeadamente o atendimento em situações urgentes continua em funcionamento, quer nos centros de saúde, quer nos hospitais, mas quanto mais puder evitar ir, melhor. Todavia nunca é demais relembrar que os serviços de saúde continuam de portas abertas para receber todos os doentes além COVID-19, pelo que, tendo essa necessidade não facilite.
Poderá ser complicado conseguir domar as pequenas feras lá de casa, quando se recomenda que se saia à rua o menos possível. No entanto, a possibilidade de ida aos jardins públicos, poderá ajudar a acalmar eventuais estados de ansiedade principalmente junto das crianças que têm passado tantas horas dentro de casa. Horas essas que, mesmo sem contar, poderão trazer surpresas indesejadas, como os acidentes domésticos.
Ainda assim, não se esqueça de que o vírus continua a circular e, como tal, devemos ter ainda mais cuidado nesta tentativa de regresso à normalidade, mantendo a distância social recomendada de dois metros, usar máscara em espaços fechados, transportes e escolas e redobrar os cuidados de higiene e etiqueta respiratória.
Mais tempo em casa exige maior prevenção
Assim sendo, é ideal neste momento se puder evitar ir aos serviços de urgência, pois é sinal de que toda a família está bem e saudável.
Para que os indesejáveis acidentes domésticos não aconteçam, a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) deixa algumas dicas de segurança. Tome nota!

Se tem crianças até aos 4 ou 5 anos
- Garanta que as janelas e portas de acesso a varandas possuem um limitador de abertura, idealmente não superior a 9 cm. Assim poderá continuar a manter a casa arejada sem correr o risco de que a criança caia;
- Não deixe móveis, cadeiras ou brinquedos na varanda ou por baixo de janelas, visto que as crianças poderão usá-los para subir e debruçar-se;
- Não transporte sopa ou outros líquidos quentes com as crianças por perto;
- Guarde todos os produtos de limpeza imediatamente após a sua utilização em armários altos e trancados;
- Despeje a água dos baldes logo depois de limpar a casa;
- Confirme que as estantes e armários altos estão bem fixos à parede.
Se tem crianças e adolescentes
Habitualmente, as crianças mais velhas e os adolescentes querem ajudar nas tarefas domésticas, numa tentativa de serem mais autónomos, por isso, aproveite a oportunidade para os ensinar a fazê-lo em segurança, nomeadamente:
- Acender fósforos corretamente: de dentro para fora;
- Cortar alimentos com a lâmina da faca afastada dos dedos;
- Usar pequenos eletrodomésticos com as mãos bem secas;
- Secar o cabelo no quarto e nunca na casa de banho;
- Colocar sempre o tapete antiderrapante na banheira ou poliban;
- Não sobrecarregar as fichas elétricas com vários aparelhos eletrónicos;
- Não se sentar e baloiçar em parapeitos e varandas.
Acidentes domésticos que levam as crianças às urgências
O domicílio pode apresentar diversas armadilhas e, nos primeiros anos de vida, as crianças não conseguem distinguir os produtos/comportamentos perigosos dos produtos/comportamentos úteis e não nocivos. Os acidentes domésticos com crianças são muito comuns e todo o cuidado é pouco.
Algumas das situações que mais frequentemente levam as crianças às urgências exigem atenção e, acima de tudo, prevenção.
Intoxicações
Devido à enorme curiosidade e à tendência de levar substâncias à boca, as intoxicações são um verdadeiro perigo junto dos mais novos. Numa casa comum existem muitas substâncias tóxicas, daí que as intoxicações apresentem uma elevada prevalência.
Por isso, mantenha sempre fora de alcance os medicamentos, produtos de limpeza, pesticidas e até corpos estranhos ou objetos pequenos, como sementes de frutas, grãos de arroz, feijão ou milho, espinhas de peixe, pedaços de ossos, pregos, agulhas, moedas, entre outros.
Queimaduras
As queimaduras térmicas são as mais comuns nas crianças e, de forma habitual, são provocadas por líquidos quentes (chá, água, café, óleos), chamas domésticas (fogão), fios elétricos, tomadas e elementos de aquecimento. Das queimaduras podem resultar traumas físicos, dor e o sofrimento à criança e à família. A dor pode ser constante e intensa e quando as queimaduras são graves a recuperação pode ser bastante demorada.
Quedas
As quedas têm uma grande incidência em crianças com idade até aos 5/6 anos. A sua imprevisibilidade é uma das principais causas que levam as crianças às urgências. Conheça algumas situações a ter em conta:
- Quando se deixa a criança sozinha em cima de mesas e sofás, enquanto se prepara o banho ou a muda da fralda;
- Quando os bebés estão ao colo de irmãos ainda de tenra idade, sem vigilância de um adulto;
- Em portas ou janelas de acesso a varanda ou terraço, sem redes de proteção, grades, fechos de segurança ou outro dispositivo adequado;
- No chão onde a criança circula, que nem sempre se encontra seco ou pode ter produtos que favorecem o seu escorregamento (por exemplo, ceras ou tapetes mal instalados).