A criação de um aeroporto regional em Bragança voltou ao debate político, desta vez com o apoio do PSD, que propõe um estudo sério sobre a sua viabilidade. A iniciativa pretende responder à ausência de ligações aéreas adequadas no nordeste transmontano, promovendo o desenvolvimento regional e combatendo a desertificação populacional.
Em tempos de crescente clamor por justiça territorial, a proposta surge como uma oportunidade estratégica para reforçar as infraestruturas em Trás-os-Montes e garantir investimentos públicos mais equilibrados em Portugal.
Infraestruturas em Trás-os-Montes são chave para o desenvolvimento regional
O PSD defende que o aeroporto regional em Bragança é essencial para estimular a economia local e posicionar Trás-os-Montes no mapa do transporte aéreo em Portugal. A candidatura de Paulo Xavier às eleições autárquicas de 2025 veio reforçar esta ambição, com uma visão clara de transformar o atual aeródromo num verdadeiro motor de crescimento regional.
Segundo Hugo Soares, secretário-geral do PSD, a proposta “é muito interessante do ponto de vista do combate à desertificação”, mas recorda que é indispensável garantir a sustentabilidade financeira do projeto. O partido está disponível para trabalhar no plano, desde que assente num estudo aprofundado: “É preciso estudar, analisar e perceber as condições”, reiterou.
Combate à desertificação interior e promoção da coesão territorial
Trás-os-Montes é uma das regiões mais afetadas pela desertificação demográfica. A carência de infraestruturas de transporte limita a atratividade da região para empresas, turistas e trabalhadores. Nesse contexto, o aeroporto regional em Bragança surge como um instrumento para reverter este ciclo de abandono e exclusão territorial.
Ao melhorar a mobilidade, o projeto poderá fixar população e atrair novas oportunidades económicas. A coesão territorial, uma prioridade há muito reivindicada pelo interior, passa obrigatoriamente por soluções integradas como esta. Hugo Soares lembrou que o Governo “tem sempre vontade de combater a desertificação e promover a coesão”, mas defende que isso se concretize com medidas práticas e estruturais.
Investimentos públicos de longo prazo exigem planeamento
De acordo com o plano diretor do aeródromo de Bragança, atualizado em maio de 2023, o custo estimado para a transformação da infraestrutura ronda os 40 milhões de euros. A proposta contempla oito fases de execução e um horizonte temporal de dez anos, o que exige consenso político e rigor técnico.
Este tipo de investimento público em Portugal deve ser planeado de forma articulada com outras políticas de mobilidade, turismo e fixação de população. A modernização do aeródromo não beneficiaria apenas Bragança, mas também municípios vizinhos e a região transfronteiriça, reforçando ligações com Espanha e o centro da Europa.
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