2011 foi um ano que contrariou as tendências de anos anteriores já que tanto o valor como o número de cheques devolvidos por falta de pagamento vinha a diminuir cada vez mais.
No ano passado registou-se um aumento de 15%, ou seja, 222 milhões de euros, o que significa que passou para o valor de 1,66 mil milhões de euros.
A justificar estes resultados temos o orçamento familiar mais apertado, o aumento do desemprego, assim como as cada vez mais rigidas condições de crédito dos bancos.
Em média, por dia, os bancos devolveram 1.739 cheques por dia, 1.229 dos quais pelo facto de a conta não ter dinheiro para cobrir o montante que constava no cheque.
De 2010 para 2011, aumentou a relação entre o peso dos cheques sem cobertura sobre o conjunto dos cheques devolvidos, que passou de 78% para 86%.
Estes números não surpreendem Associação Portuguesa de Direito de Consumo, que acredita que estes números podem também estar relacionados com o hábito que se está a adquirir novamente – o cheque pré-datado.
Esta é mais uma forma de contornar o cada vez mais dificil acesso ao crédito, já que o cheque pré-datado é um cheque no qual a data de emissão é posterior à data da efectiva entrega do cheque ao beneficiário.
No entanto, sendo uma ordem de pagamento à vista, o beneficiário, se quiser, pode apresentá-lo a pagamento antes da data de emissão, o que faz com que na falta de provisão o banco o devolva.