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Talvez não tenha consciência disso, mas há mais cartões de crédito em Portugal que habitantes, diz o Banco de Portugal. Em média, cada português tem mais de um cartão de crédito.
Mas, como sabemos, basta olhar para a nossa família mais próxima para perceber que muitos portugueses não têm Cartão de Crédito. Logo, a conclusão lógica é que há inúmeros portugueses que têm 2, 3, 4 ou 5 Cartões de Crédito. Esta dica é para eles.
Porque temos tantos cartões de crédito
Uma das razões para termos tantos cartões a circular (ou na gaveta) é que normalmente os bancos obrigam os clientes do Crédito à Habitação a contratar 1 ou 2 cartões de crédito para terem direito a uma bonificação do spread. Ficam a ganhar, quanto mais não seja, na mensalidade.
A expectativa (não declarada) dos bancos é que, tendo o cartão, haja um dia que o use. E uns tempos mais tarde vai acabar por dividir a dívida em várias mensalidades e aí entram os juros em cena.
Cada cartão fica indefinidamente com a taxa de juro que contratou no dia em que o fez. Por exemplo, quem adquiriu um cartão de crédito em 2012 muito provavelmente – se fizer uma compra hoje, em 2017 – vai pagar 37,3% de juro. Acha normal? Sim, e é tudo legal. Porque foi o que assinou.
Baixe a taxa de juro com um telefonema
A questão é que não precisa ficar agarrado a um cartão assim. No meu caso, liguei para a empresa de um dos meus cartões de crédito (tenho vários, todos grátis menos o do crédito à habitação, sempre com pagamento a 100% ao fim do mês para não pagar juros).
Perguntei que juro tinha. Responderam-me 26,9%. Pedi para que baixassem para o máximo permitido por lei que atualmente que ronda os 16%. Disseram-me inicialmente que não podia. Pedi para rescindir o cartão e depois fazer um novo. Perante a minha insistência o departamento de retenção baixou imediatamente o juro do meu cartão de crédito para 14%. Assim, simples. Mas tem de insistir com os supervisores do Call Center. “Cá em baixo”, com quem o atender primeiro, dificilmente consegue.
Pessoas que fizeram o mesmo que eu baixaram a prestação de um mês para o outro em 40% porque na prestação seguinte já entra em vigor o novo juro. Houve quem poupasse, com esta dica, centenas de euros na dívida que tinham.
E se tiver uma dívida associada?
Mas imagine que tem uma dívida no cartão e que por isso não pode (pelo menos até ao fim) ameaçar rescindir.
Um cliente bancário resolveu da seguinte maneira: Pediu um empréstimo ao próprio banco do cartão, com um juro de cerca de 7% e pagou a dívida do cartão de crédito. Anulou-o imediatamente e fez um cartão novo, mais barato e com um juro agora mais “justo”. E poupou muito dinheiro com esta “manobra”.
Às vezes é preciso que alguém nos mostre que há mais caminhos financeiros do que simplesmente pagar até ao fim o que nos dizem. Temos de ter a iniciativa de baixar e eliminar as nossas dívidas para conseguirmos equilibrar o nosso orçamento e ficarmos livres dos juros dos bancos e financeiras que acabam por sugar os nossos recursos. Os bancos não vão fazer isso por si, certo?
Sempre que quiser saber qual é o juro máximo que pode ser praticado legalmente em cada semestre é só ver aqui neste link do Banco de Portugal. Para saber que juro provavelmente tem no seu cartão, basta saber em que ano o fez e ver aqui no histórico do Banco de Portugal as taxas de juro máximas ao longo dos últimos anos.
E mesmo que não use o cartão de crédito, convém fazer isto – baixar a taxa enquanto pode – porque um dia pode precisar do cartão para pagar uma dívida inesperada que surja e nessa altura porque é que vai pagar mensalmente o dobro se pode pagar metade? Não acha?
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