Black Friday 2025: mais dinheiro disponível, mais exigência nas compras

A Black Friday já não é só um festival de descontos impulsivos. Em 2025, o consumidor português está mais atento, mais exigente e menos disposto a cair em promoções duvidosas. A vontade de comprar continua viva, mas agora acompanhada de uma lupa e de um orçamento mais generoso.

Portugueses aumentam o orçamento, mas querem fazer valer cada euro

Segundo o estudo da BlackFriday.pt, startup internacional dedicada às promoções da Black Friday e Cyber Monday em Portugal, os consumidores portugueses planeiam gastar em média 385 € nesta edição da Black Friday (um aumento de 19 % face aos 311 € registados no ano anterior).

Este valor elevado quer dizer uma coisa simples: há maior disponibilidade para gastar, mas, ao mesmo tempo, os consumidores revelam maior prudência e espírito crítico. Afinal, gastar mais não significa querer perder dinheiro. O aumento do orçamento, aliado a uma maior cautela nas decisões, revela uma mudança clara de mentalidade: o foco deixou de estar na compra por impulso e passou a estar naquilo que realmente vale a pena.

Promoções com valor real: o novo padrão do consumidor consciente

A edição de 2025 não se trata apenas de “descontos grandes”; trata‑se de descontos credíveis. No seu relatório “comportamento dos consumidores”, a BlackFriday.pt aponta que há uma crescente desconfiança entre os portugueses acerca das promoções anunciadas: muitos consideram que os preços foram inflacionados antes para depois parecerem mais vantajosos.

As categorias com maior ou menor procura mostram esse novo padrão:

• A moda, por exemplo, continua popular mas perdeu alguma força na intenção de compra, os consumidores parecem já possuir o essencial ou esperam a diferença ser realmente notória.
• Por outro lado, o destaque vai para a categoria dos brinquedos, impulsionada pelo apelo do Natal antecipado. O consumidor está a aliar a Black Friday à procura de presentes, não apenas auto consumo.
  
  Também é evidente que os portugueses estão a planear com mais antecedência: cerca de um terço começa a pesquisar um mês antes da Black Friday, com tempo para comparar, avaliar e perceber se a promoção é mesmo vantajosa.

IA e digitalização: as ferramentas da nova geração de compras

A tecnologia não ficou de fora. De acordo com um artigo da Google sobre a edição de 2025, a inteligência artificial está a remodelar a jornada de compra, com cerca de 10 % dos consumidores a usar ferramentas de IA generativa para encontrar ofertas, valorizar descrições ou comparar preços.

Embora esses dados se refiram ao mercado brasileiro, a tendência transborda para Portugal, e os relatórios nacionais apontam para elevar da importância dos meios digitais e dos canais híbridos. Por exemplo, 37 % dos consumidores afirmaram ter comprado durante transmissões em directo (“live commerce”) numa Black Friday, segundo estudo citado pela Marketeer.

Canais de comunicação: o e‑mail mantém o trono, mas há novos jogadores

Num mundo cada vez mais digital, seriam os canais sociais a dominar? Na verdade, não completamente. O relatório da BlackFriday.pt indica que o e‑mail continua a ser o canal mais eficaz de contacto, seguido de perto, pelas redes sociais e outros meios.

Ao mesmo tempo, verifica‑se um crescimento da influência de canais alternativos: lojas via live‑streaming, redes sociais com função “compra agora”, e retalho omnicanal (loja + online) ganham terreno.

Mais orçamento, mais exigência, mais inteligência

A edição de 2025 da Black Friday em Portugal pinta‑se como um momento de consumo mais consciente. Os portugueses têm mais dinheiro disponível, mas querem fazer valer cada euro. Pesquisam mais, confiam menos em “descontos fáceis” e utilizam cada vez mais tecnologia para tomar decisões informadas.

Nesta Black Friday, não se deixe levar apenas pelos grandes números. Faça perguntas, compare, investigue. Use as ferramentas digitais a seu favor e aproveite só o que vale mesmo a pena. Porque gastar mais só faz sentido quando se compra melhor.