Entre os perigos que associamos ao tempo mais quente, há um que facilmente é esquecido, mas que pode dar imenso trabalho à família: a pediculose. É altura de prever que que o risco de infestação de piolhos aumenta.
Onde quer que as crianças se reúnam – creche, escola ou atividades de convívio entre miúdos – os piolhos podem espalhar-se. E, sim, já que nos estamos a preparar para os primeiros mergulhos do ano… Eles estão nas piscinas, também!
O que fazer para evitar? Como ter a certeza que são piolhos? Como tratar uma infestação sem produtos químicos? Como não ter que perder horas a fio a passar o pente nos cabelos dos mais pequenos? Preparamos-lhe um guia com todas as respostas.
E desengane-se quem pensa que está livre de piolhos. Qualquer pessoa pode ser contagiada e este não é um problema de higiene. Pelo contrário, os pequenos parasitas preferem cabelos limpos porque conseguem mais facilmente agarrar-se ao couro cabeludo.
Como evitar os piolhos? Qual a melhor forma de proteção?
Antes de mais, é importante assumir que qualquer pessoa pode acordar com a cabeça cheia de piolhos. Embora mais frequente em crianças dos 3 aos 11 anos, a verdade é que muitos adultos acabam por ser infestados também.
Recorde-se que os piolhos foram encontrados até nas múmias do Egito: são um problema ancestral e para já desconhece-se a forma definitiva de acabar com eles. Por isso, mães, pais, educadores… Há que lidar com naturalidade.
Sabemos que os piolhos não voam, nem saltam, mas rastejam rapidamente entre os cabelos e esta é a principal forma de contágio: contacto próximo entre cabecinhas. Por isso estas dicas são fundamentais para prevenir o contágio – e valem para todo o ano.
Os seus filhos praticam desportos coletivos?
Os piolhos espalham-se facilmente de um contacto cabeça a cabeça, tal como quando se joga um jogo ou pratica um desporto coletivo. Podem também ficar num capacete usado por alguém com piolhos. Compre ao seu filho o seu próprio chapéu e/ou capacete desportivo e, se tiver cabelo comprido, tente sempre prendê-lo!
Acampamentos e noites fora
O tempo mais quente convidam aos convívios. Certifique-se de que o seu filho, ao dormir fora, tem a sua própria almofada, escovas e pentes, a fim de minimizar a hipótese de usar um pertence de uma criança infestada.
Piscinas: o mito do cloro
O cloro não mata piolhos! E sim, as piscinas podem ser um local de contágio pelo que todos os cuidados devem ser mantidos: toucas e toalhas individuais, sempre.
Emprestas-me o teu chapéu?
A par do contacto direto entre cabecinhas, a troca de acessórios de cabelo é outro dos maiores focos de contágio: pentes e escovas não se emprestam e por mais fofa que seja aquela fitinha de cabelo ou lacinho, converse com os seus filhos para não partilharem estes objetos. Brincar às cabeleireiras só se for mesmo com as bonecas.
Penteados e trancinhas? Sim, por favor!
Meninas e meninos com cabelo mais comprido têm mais facilidade em apanhar piolhos. Prender o cabelo, fazer um rabo-de-cavalo bem levantado ou uma trança são boas opções para manter as cabecinhas mais frescas e sem piolhos.
Começou a comichão! E agora?
Por mais cuidados que haja, um dia acaba por acontecer: volta e meia os miúdos lá coçam a cabeça e este pode ser o primeiro sinal dos nossos inimigos de estimação. Antes de tudo, o mais importante é verificar se são mesmo piolhos ou lêndeas.
Os piolhos são difíceis de se deixarem ver; já as lêndeas (os ovos dos piolhos), são pequenos pontinhos esbranquiçados que facilmente podem ser confundidos com caspa ou resíduos de champôs ou produtos capilares.
Como identificar a presença de piolhos? 5 dicas
- Escolha um local com bastante luz e sente a criança de forma confortável.
- Comece por dividir o cabelo em 4 partes para facilitar a inspeção.
- Verifique sobretudo atrás das orelhas e na nuca, locais onde há maior possibilidade dos piolhos depositarem os ovos.
- Com a ajuda de um pente fino, percorra cada mecha de cabelo – sim, há que ter paciência…! – e atente no que fica no pente quando acaba de passar: se encontrar um piolho – nem que seja só um! – prepare-se para a luta!
- Se não encontrar piolhos, mas tiver a certeza que tem lêndeas, não deixe passar mais tempo: daqui a semana essas lêndeas serão piolhos e o ciclo deve ser interrompido o quanto antes.
Mas nem sempre a conclusão é óbvia. Há casos em que, na dúvida, os pais acabam por colocar produtos desparasitantes na cabeça das crianças. Sabemos hoje que a grande maioria dos produtos à venda em farmácias e supermercados têm pesticidas e substâncias que podem irritar o couro cabeludo.
Não aplique esses produtos em caso de dúvidas: nesses casos, se não tiver a certeza, dirija-se a uma clínica de eliminação profissional.
Andreia Sousa, técnica de pediculose na piolho POP, faz inspeções e diagnósticos diariamente e garante que grande parte não são piolhos ou lêndeas e, por isso, não há necessidade de aplicar estes produtos.
Clínica Piolho PoP
Nesta clínica do Porto, situada no Shopping Brasília, as inspeções e diagnósticos são gratuitas, demoram cerca de 15 minutos, e são realizadas por profissionais com a ajuda de material próprio e lupas de aumento, permitindo despistar o que pode ou não ser piolhos e lêndeas. Pode fazer a sua marcação e avaliação gratuita.
Como pôr fim a uma infestação de piolhos?
Confirma-se: são piolhos!
Bem, antes de mais, esqueça o vinagre ou a maionese ou essas receitas “mágicas” que se veem na internet. Existem dois grandes métodos para eliminação de piolhos: tratamento químico ou tratamento mecânico. Vamos ver as diferenças e descubra por si o melhor tratamento.
Tratamentos químicos: porque já não são a melhor opção
Englobamos nos tratamentos químicos, as loções e champôs amplamente vendidas em farmácias e supermercados. Embora sejam eficazes em alguns casos, a verdade é que os especialistas em pediculose, apontam uma resistência cada vez maior dos piolhos a este tipo de produtos. Os piolhos são agora “super-piolhos” que não raramente sobrevivem a estes pesticidas.
Por outro lado, esse é um ponto importante: os componentes são pesticidas e agressivos para as cabeças das crianças. Será este um tratamento a considerar?
Há ainda outro ponto: estas loções matam piolhos mas não matam os ovos. Isto significa que a eficácia está dependente da retirada manual de todas as lêndeas com um pente fino. Caso contrário, 10 dias depois, elas eclodem em piolhos e começamos tudo de novo….
Tratamentos mecânicos: à mão (ou com super aspiradores!)
Uma alternativa aos químicos é retirar um a um cada piolho e passar o pente fino (as chamadas lendeiras) em cada fio de cabelo para retirar as lêndeas. 100% natural, sem contraindicações, este é um método que pode funcionar em cabelos mais pequeninos e caso tenha muito, mas muito tempo disponível… E, claro, que a sua criança seja colaborante durante todo o processo.
Felizmente, ainda dentro dos tratamentos mecânicos, existe outra alternativa: mais eficiente, mais rápida e sem dor. Se decidiu que não quer usar mais tratamentos químicos, mas não tem tempo ou equipamento para fazer a remoção manual da infestação, saiba que existem no mercado clínicas de eliminação de piolhos e lêndeas que garantem a resolução do problema em pouco mais de uma hora.
“O tempo, o desgaste, a falta de eficácia e os efeitos dos champôs tradicionais que têm – em alguns casos – pesticidas na sua composição, levaram-nos a procurar uma alternativa mais eficaz, profissional e sem aplicação de químicos” , revela a técnica de pediculose da piolho PoP.
“O nosso foco foi montar um método natural que em 60 minutos resolve o problema, numa experiência simples e descomplicada. O método piolho POP é simples: combinamos a tecnologia de um equipamento de sucção profissional com a dedicação das nossas técnicas de pediculose que vão cuidar de cada fio de cabelo. O tratamento é indolor, sem contraindicações (pode ser aplicado em crianças pequenas e grávidas) e com garantia de 10 dias.”
A clínica apenas fornece serviços de eliminação de piolhos e lêndeas e garante 100% de eficácia numa única sessão. Os diagnósticos são gratuitos e os tratamentos custam 59.90€. Para trás ficam as loções da farmácia, as horas intermináveis a passar o pente e o stress de todo o processo em casa.
Depois da infestação: rotina indispensável
Se optar por recorrer aos serviços das clínicas especializadas, saiba no entanto que não há milagres. No caso da Piolho PoP, terá que voltar 10 dias depois à clínica para nova revisão e garantir que o ciclo está terminado (esta revisão faz parte do tratamento e não tem custo extra).
Mas há mais trabalho que tem que ser feito:
- faça uma inspeção a todos os elementos da família!
- depois do tratamento, lave os lençóis, fronhas, mantas e capas de sofá, pentes e escovas com água muito quente (+50º).
- aplique um repelente têxtil nos sofás, assentos do carro e cadeirinhas-auto.
- avise a escola e os centros de atividades. Um surto de pediculose precisa da atenção e intervenção de todos!