Luís Seco
Luís Seco
31 Jan, 2017 - 11:02

Como calcular o custo total de uma viagem

Luís Seco

Todos os viajantes fazem cálculos um pouco por alto em relação ao custo das suas viagens. E quase todos são surpreendidos com valores bem superiores no regresso a casa.

Como calcular o custo total de uma viagem

Na verdade, há muitos gastos que vão além daqueles que nos costumamos lembrar à partida. Saber quanto vai gastar no total numa próxima viagem pode ser determinante para a escolha do destino, das atividades a fazer, dos locais para comer…

Mas vamos a contas para saber quais são os parâmetros a ter em atenção para a maioria dos casos e quais as despesas inerentes que não podemos esquecer. 


O que deve ter em conta para calcular o custo de uma viagem


Chegadas e partidas

Os voos representam uma das maiores partes do custo total. Se comprar os comprar voos online, verifique bem se não há a adicionar ao preço indicado algum tipo de comissão para o site vendedor. Tenha também em atenção todas as outras potenciais despesas, especialmente nas companhias low cost, como a escolha de lugares, a bagagem de porão e as refeições.

Quando chegar ao aeroporto do destino vai precisar ir até ao centro da cidade. Normalmente há que optar pelo táxi, comboio/metro ou autocarro (este último é, muitas vezes, o mais barato mas também o mais lento e mais difícil de perceber onde sair). Quase todos os aeroportos disponibilizam informação bastante exata de preços de transfers nos seus próprios sites. 



Transportes diários

Deslocar-se no dia-a-dia traz outra despesa que só é possível evitar se preferir andar a pé numa cidade. Contudo, apesar de esta ser a melhor forma de a conhecer verdadeiramente, as grandes distâncias das grandes cidades tornam impossível não recorrer ao metro, elétrico ou autocarro.

Visite os sites dos transportes e entenda quais são as melhores opções para fazer o percurso entre o hotel e as atrações que pretende visitar. Veja se compensa comprar um cartão tipo passe durante os dias em que planeia usá-los.  

Se estiver nos seus planos alugar um carro, para além do óbvio preço do aluguer, tenha em conta os valores para serviços que pode decidir contratar tais como coberturas de seguros mais abrangentes (para baixar a franquia ou fazê-la desaparecer por completo), pneus de neve, assentos para bebés ou crianças, condutores adicionais, GPS, quilómetros adicionais (caso não contrate quilómetros ilimitados, o que é pouco recomendável a não ser que saiba exatamente quantos vai fazer),… 

É claro que a tudo isto vai ter de somar o combustível. Há boas ferramentas online (Google Maps, Via Michelin,…) onde descobrirá as distâncias que quer cobrir. Descubra o preço do combustível no seu destino e faça as contas tendo em consideração os gastos médios indicados pelo fabricante do carro escolhido.

Não entregue o carro alugado com menos combustível do que o contratado (normalmente cheio para cheio) pois a companhia vai cobrar-lhe, provavelmente, mais do que se o tivesse feito. Para evitar também despesas surpresa, verifique sempre muito bem o automóvel quando lho entregarem e mostre riscos e outros danos ao funcionário antes de partir de modo a que não o possam culpar (e cobrar) pelos mesmos.

Lembre-se ainda que está num país provavelmente desconhecido e que é relativamente fácil distrair-se e ser multado, especialmente por excesso de velocidade e estacionamento. E investigue o preço das portagens e ferries do seu percurso. Não esqueça igualmente o estacionamento.

Finalmente, vai precisar de transporte para o aeroporto do seu país. Se não viver na cidade, a calculadora terá de somar mais o preço do combustível (talvez portagens) e eventual parqueamento perto do aeroporto durante o tempo em que estiver a viajar.



Alojamento

O alojamento é talvez a segunda maior despesa de uma viagem. Escolha-o bem, independentemente de preferir hotéis, apartamentos/casas privados ou hostels. 

  • Hotéis e hostels – tenha atenção a possíveis custos adicionais ao preço apresentado como o imposto (nos EUA, por exemplo), o imposto municipal por pessoa e por dia, estacionamento, Wi-Fi, camas extra…
  • Apartamentos/casas privadas – uma potencial despesa nestes casos é a taxa de limpeza após o check-out e a taxa de serviço cobrada por alguns sites.

Comida e bebida

Esta é igualmente uma grande fatia do dinheiro que vai gastar. A boa notícia é que também teria de comer se não estivesse a viajar. A má é que há países onde é muito caro comer. O melhor mesmo é investigar um pouco sobre o custo dos bens essenciais no seu país de destino.

Alterne entre refeições leves que poderá confecionar a partir do que comprar em supermercados e um jantar mais elaborado (e caro) em que possa provar a gastronomia local. 



Dinheiro

A escolha entre usar dinheiro, cartão de débito ou cartão de crédito depende, obviamente, dos custos de utilização de cada uma destas hipóteses. Informe-se junto do seu banco e saiba quais as taxas cobradas, no caso dos cartões, para levantamentos e pagamentos no estrangeiro (e respetivas diferenças entre o preço dentro e fora da UE). 

Em relação a dinheiro, dentro da zona Euro, leve sempre uma quantia considerável espalhada por diversos locais da bagagem. Isto é fácil de contabilizar. Se precisar de fazer câmbios, estude quais as opções mais baratas: trocar no seu país, levantar em caixas multibanco, trocar em casas de câmbio ou em bancos do destino.



Documentos e vistos

Verifique o prazo de validade dos seus documentos pessoais (Cartão de Cidadão, passaporte, carta de condução, CESD) bem antes da data da partida para evitar renovações à pressa com os respetivos custos acrescidos. Quanto a vistos de entrada em alguns países, são inevitáveis. Faça a sua investigação com tempo e conte com eles. 



Roaming

Hoje em dia, a melhor opção para contactar com quem ficou em casa é a internet. No entanto, se precisar de usar o telemóvel, contacte o seu fornecedor de serviço antes de partir para saber quais os custos de todos os tipos de telecomunicações. Normalmente, é muito mais barato receber chamadas/SMS do que o inverso.



Seguro de viagem

Sabendo que “o seguro morreu de velho”, é de considerar fazer um seguro de viagem, especialmente em certos tipos de destinos e atividades. Quando contabilizar o custo total da viagem, não se esqueça da sua segurança.



Outras despesas

Sempre a somar, inclua também no seu orçamento potenciais custos de medicamentos, excursões/tours, gorjetas (especialmente em refeições), recordações, etc.

Saber com a precisão possível quanto vai gastar é extremamente útil. Mas não quer dizer que deve ficar tão obcecado com dinheiro que deixa de desfrutar do seu tempo livre a descobrir uma parte do mundo que sempre quis conhecer. Simplesmente saia de casa com um orçamento pensado que lhe permita, após o regresso, ter oportunidade de voltar a partir muito em breve. 

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