Ekonomista
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08 Ago, 2025 - 11:30

Compras online crescem, mas segurança preocupa consumidores portugueses

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Estudo revela que os portugueses compram cada vez mais online, mas a confiança nas plataformas e a segurança dos dados continuam a ser barreiras à compra.

Em Portugal, comprar online deixou de ser exceção para se tornar parte da rotina. O estudo da Produto do Ano revela consumidores mais digitais, mas também mais exigentes e atentos. A confiança, a transparência e a segurança são agora fatores decisivos. Não basta aparecer no motor de busca — é preciso conquistar o clique e o pagamento final.

Entre maio e agosto de 2025, os hábitos digitais intensificaram-se: aplicações móveis, marketplaces e sites oficiais das marcas competem pela atenção de um público cada vez mais informado e com menor tolerância a riscos.

Onde compram os portugueses

Os marketplaces dominam: Amazon, OLX, Aliexpress, Fnac e Worten reúnem 45% das escolhas para produtos e marcas tecnológicas. É nestas plataformas que muitos encontram variedade, preço competitivo e entrega rápida.

Em segundo lugar estão os sites oficiais das marcas, com 23%. Estes ganham pontos na confiança e na garantia de autenticidade dos produtos. As pesquisas em motores de busca, como o Google, representam 14% das compras. Aqui, a decisão pode depender de boas avaliações e de descrições detalhadas.

As apps móveis somam 9% das compras, mostrando que ainda há espaço para crescer neste canal. Já os links diretos em redes sociais, apesar de muito usados em campanhas de marketing, representam apenas 5% — prova de que nem sempre o “compre já” converte.

Frequência das compras online

Os portugueses não compram todos os dias, mas fazem-no de forma consistente:

  • 39% compra todos os meses, talvez em momentos estratégicos como promoções;
  • 23% compra quinzenalmente, mostrando um hábito mais regular;
  • 19% compra todas as semanas, sinal de forte adesão;
  • Apenas 5% admite comprar diariamente, perfil típico de quem está sempre à procura de novidades.

Estes números confirmam que o e-commerce está bem enraizado, mas com diferentes níveis de intensidade.

O que mais se compra online

As preferências de compra online são variadas:

Produtos de beleza, higiene e cuidado pessoal registam valores próximos, ainda que menos expressivos.

Moda e acessórios lideram com 22% das escolhas, impulsionados pela facilidade de comparação e pelas políticas de devolução;

Tecnologia e eletrónica seguem com 21%, refletindo a procura por gadgets e equipamentos;

Livros e material de escritório ocupam 13%, impulsionados por promoções e entregas rápidas;

Alimentação representa 10%, um segmento que cresceu nos últimos anos mas ainda enfrenta desafios logísticos;

As principais preocupações

Comprar online é cómodo, mas nem sempre inspira tranquilidade. Para 41% dos consumidores, a maior preocupação é a segurança dos dados pessoais e de pagamento. A qualidade do produto aparece em segundo lugar (19%), seguida da confiança na loja ou plataforma (16%).

O impacto é direto: 63% já abandonou uma compra por não confiar no site. Em 36% dos casos, isso aconteceu uma ou duas vezes. Já 27% admite ter repetido o gesto várias vezes. Este comportamento mostra que o utilizador não hesita em recuar se algo parecer suspeito, mesmo que tenha interesse no produto.

Como pagam os portugueses

O MB Way lidera o ranking com 32% das preferências. É rápido, simples e muito usado em Portugal. O PayPal ocupa a segunda posição com 26%, pela proteção extra em compras internacionais.

Os cartões bancários somam 21% e a referência Multibanco representa 15%, mantendo-se como opção clássica. O pagamento no ato da entrega é residual: apenas 3% opta por este método, sinal de que o consumidor português já se habituou ao pré-pagamento digital.

Conclusão: confiança como chave do e-commerce

O estudo confirma que o e-commerce está consolidado e diversificado, mas só prospera onde há confiança. Marcas que investem em transparência, segurança e experiência de utilizador conseguem não só vender mais, mas também fidelizar clientes.

Sobre o estudo

O estudo, da responsabilidade do Produto do Ano, foi realizado no período entre 02 e 08 de
maio de 2025, contando com um total de 804 respostas. A maioria dos inquiridos situa-se na
faixa etária dos maiores de 65 anos, representando 23% da amostra. As faixas entre os 35 e
44 anos e entre os 44 e 54 anos têm igual representação, com 18% cada. Seguem-se os
participantes entre os 55 e 64 anos (16%), enquanto os grupos dos 18 aos 25 anos e dos 26
aos 34 anos correspondem a 12% cada.

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