Luana Freire
Luana Freire
17 Mar, 2017 - 10:49

O seu cérebro consegue pensar em inglês?

Luana Freire

Quando está a praticar, é comum parar para traduzir? Se a resposta é sim, então ainda está a aprender. Quem domina a língua, consegue pensar em inglês.

O seu cérebro consegue pensar em inglês?

Quando se está a aprender um segundo idioma, há uma dúvida comum que aflige muitos estudantes: como deixar de pensar em português? Raciocinar muito sobre a língua pode provocar um bloqueio, mas é inevitável passar por esta fase. Se este é um problema, então este artigo é para si. Vamos ver como é possível pensar em inglês? Entenda como isso acontece.

Não existe fórmula milagrosa para dominar a língua mais social do globo. Se era disto que estava à procura, desista. Afinal, se tal fórmula existisse, o “inventor” dela estaria, provavelmente, bilionário com a descoberta. Por isso, antes de ficar aflito e com pressa de aprender inglês rapidamente, acalme-se. Não há um pó mágico para dominar o idioma e nada o fará pensar em inglês da noite para o dia. Antes de qualquer outra coisa, estudar é o grande segredo.

Por que pensamos em português? Um exemplo simples

É muito simples explicar o porquê de pensarmos na nossa língua materna quando estamos a aprender um novo idioma. No início, a língua é para nós uma série de ferramentas e cálculos – uma questão ainda muito lógica e pouco natural. É como se estivéssemos, literalmente, a lidar com códigos por decifrar.

Imagine a seguinte situação: quando estamos a aprender a conduzir, o que nos acontece? Exato. Pensamos em todas as diretrizes, em todas as regras, no passo a passo mecânico e, apenas quando dominamos a tarefa, ela passa a acontecer de forma “automática”. Com a língua acontece a mesma coisa.

Pensar em inglês: vai acontecer?

Os condutores que respondam: enquanto conduzem, estão a pensar na condução? É claro que não. O mais certo é estarem a ouvir as notícias da rádio, a decidir o que fazer para o jantar ou a planear o fim de semana. Certo? Quem conduz sabe que é possível fazer muitas coisas em simultâneo – e é exatamente isso que deve acontecer com o inglês.

Vamos explicar melhor a ideia. Lembre-se das primeiras aulas de condução e recorde como eram um tormento. As informações apareciam em excesso e o sentimento era de achar que não se consegue lembrar de tudo ao mesmo tempo – os pedais, as manobras, as mudanças, as placas, o cinto de segurança. Como se tudo isso já não fosse suficiente, ainda tinha de saber em que altura aplicar cada tarefa, seguindo sempre a ordem determinada. Bem, e ainda havia os outros carros – que mais pareciam inimigos públicos a conspirar um acidente prestes a acontecer.

Exageros à parte, vai concordar connosco que a situação era bastante semelhante a que descrevemos. No entanto, depois de ultrapassado o período de adaptação, o problema desaparece. Parece que, num passe de mágica ou por obra de um milagre qualquer, a condução passa a acontecer em modo automático – nem sequer damos conta de quantas tarefas estamos a executar enquanto vamos a caminho do nosso destino.

Mas, como é possível? Na verdade, o responsável pelo grande feito é o nosso cérebro – que, depois de assimilar todas as novidades, transforma tudo o que aprendemos em conhecimento permanente. Ou seja, deixamos de pensar antes de executar a tarefa. Hoje, é certo que não fica a pensar no ato de escovar os dentes, por exemplo. No entanto, enquanto estava a aprender a executar esta tarefa básica da sua rotina, repetia mentalmente todos os passos seguintes.

Quando está a aprender inglês acontece a mesma coisa: no início, parece complicado memorizar, assimilar e coordenar tantos vocabulários e regras. Com o tempo – e com a prática – esta dificuldade fica no passado e o idioma aparece naturalmente, tal como a sua língua materna. Parece difícil? Acredite que não é. O segredo, repetimos, está em estudar – e treinar o máximo que puder.

Vamos ilustrar isto com um exemplo simples?

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Leia o diálogo abaixo

Hi! How are you?

I’m fine, thank you. And you?

I’m fine too, thank you.

Agora responda: parou por algum instante para pensar e tentar traduzir? É quase certo que não, afinal, este diálogo é uma das primeiras situações abordadas nas aulas de inglês. Por isso mesmo, o seu cérebro já assimilou a informação e armazenou o conhecimento – ou seja, deixou de pensar em português quando é confrontando com aquilo que já conhece tão bem.

Entendeu como é fácil percorrer o caminho para a fluência no idioma? Pensar em inglês é um passo natural a dar quando se está a estudar a língua. Portanto, a nossa dica final é: estude, estude, estude. Leia em inglês, escute em inglês, escreva em inglês. Pratique o máximo que puder. Daqui a nada, é certo que vai estar a pensar em inglês enquanto comunica. A partir daí, basta colher os lucros da vitória.

Enquanto isso… Bons estudos!

See you soon!

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