Para muitos donos, dar chocolate ao cão é um ato de carinho e amor, partilhando com o amigo de quatro patas algo que nós humanos, por norma, apreciamos e muito. Porém, saiba que dar chocolate ao cão ou, mesmo, ao gato, é algo altamente nocivo para a saúde e bem estar destes animais, cujos organismos não processam, nem absorvem corretamente este alimento.
Portanto, fique a perceber melhor porque nunca deve dar chocolate ao cão e quais as alternativas possíveis para mimar o seu animal com uma guloseima ou snack, sem com isso pôr em causa o seu bem-estar ou saúde.
Saiba por que não deve dar chocolate ao cão
Comecemos pelo princípio e sublinhemos a mensagem essencial a transmitir. Não, não deve dar chocolate ao cão. Se, no geral, não se aconselha dar ao cão comida que não ração, menos se recomenda oferecer chocolate, visto que o mesmo pode ser tóxico para o animal. Mas sobre isto, falaremos a seguir.

Por que não deve dar chocolate ao cão?
Muitos julgam que não se deve dar chocolate ao cão por este alimento provocar diabetes mellitus e, consequentemente, cataratas e cegueira, devido ao seu elevado teor em açúcar. Contudo, não é esta a principal razão pela qual não deve dar chocolate ao cão, mas sim o facto deste alimento poder ser tóxico para o seu animal.
Composição do chocolate
O chocolate é composto por uma mistura de grãos de cacau com manteiga de cacau, que contém teobromina, uma substância que pode ser tóxica para o cão. As substâncias tóxicas para o cão no cacau são da classe das metilxantinas, das quais fazem parte a teobromina, mas também a cafeína. O nível de toxicidade depende, naturalmente, da dose ingerida, do tamanho do animal e, ainda, do tipo de chocolate (o chocolate meio amargo e amargo possui maior quantidade de teobromina). Para ter uma noção, um cão com 20kg pode ficar intoxicado e morrer com, apenas, 28g de chocolate culinário amargo – as quantidades passíveis de serem tóxicas variam consoante o tipo de chocolate, mas este será o tipo com maior concentração de metilxantinas. Os cães, tal como nós, são capazes de absorver, metabolizar e excretar as metilxantinas. O problema é que, no caso da teobromina, esse processo dura cerca de 17h e estas são neurotóxicas para o seu organismo. Além disso, há especialistas que indicam, ainda, que existem cães intolerantes à lactose, o que pode ser outro problema, no caso de chocolates que contêm leite no seu processo de fabrico. Finalmente, e sendo o chocolate rico em gordura, a sua ingestão pode também prejudicar o pâncreas do animal. Os sinais clínicos (ou sintomas do animal) surgem 6 a 12 horas após a ingestão, mas não estão relacionados com a hiperestimulação do sistema nervoso central, que provoca vómitos, diarreias e aumento da ingestão de água. Todavia, se o animal ingerir uma grande quantidade, produzir-se-á toxicidade, a qual pode causar hiperatividade, agitação, aumento da frequência cardíaca, aumento da diurese, diarreia, tremores e até, mesmo, a morte. Sobretudo neste último caso, o tratamento precoce é a solução mais eficaz e capaz de evitar males maiores. Por isso, caso o seu cão ingira chocolate, deve levá-lo ao veterinário o mais depressa possível, para que ele possa controlar e estabilizar as funções vitais do seu animal. Porém, a recomendação é que previna estes cenários, impedindo que o cão coma chocolate. Se costuma comer chocolate e, inevitavelmente, o faz à frente do seu cão, enquanto ele “faz questão” de ficar a olhar para si, lambendo o focinho, então saiba que existem à venda “chocolates” especiais para cão, os quais, obviamente, não possuem teobromina e não apresentam quaisquer riscos para a saúde do animal.Sinais clínicos (efeitos e reações)
Que guloseima pode, então, dar ao seu cão?