A primeira geração do Mercedes GLC foi lançada em 2015 para substituir o Mercedes GLK como o SUV compacto da marca de Estugarda.
Em 2019, o GLC foi alvo de facelift para o biénio 2020-2021, que o manterá atualizado até ao lançamento de uma nova geração totalmente redesenhada de raíz. Embora ligeiro e subtil, este facelift alterou aspectos e componentes chave deste SUV, tanto nas versões coupé, como nas versões SUV “mais tradicional”.
As alterações estéticas no exterior foram poucas. No interior foram alterações chave. E debaixo do motor, existem muitas novidades, com mais de 80% dos componentes a serem totalmente novos.
Conheçam então as nossas impressões ao volante do renovado Mercedes GLC.
(Novo) Mercedes GLC: Luxo e requinte, mesmo fora de estrada
Análise Exterior
O Mercedes GLC foi lançado em 2015 para substituir o GLK como o SUV Compacto da Mercedes, e em 2019 foi alvo de um facelift que mantém as mesmas duas carroçarias: uma estilo mais “jipe tradicional” e uma outra com estilo “coupé”.
Não é que o anterior Mercedes GLC fosse já um carro com um design obsoleto, mas é verdade que estas subtis alterações feitas no exterior deste carro lhe conferem um ar bem mais juvial e contemporâneo, sendo intemporalmente elegante, tal como é apanágio da marca.
Lá atrás, as óticas são agora totalmente em LED, e na parte frontal, a nova assinatura de luzes que contornam os faróis também lhe confere bastante mais presença na estrada, e colocam a estética deste carro em linha com aquilo que é a nova linguagem de estilo da Mercedes.
Em traços gerais, e no exterior, as alterações resumem-se apenas aos novos grupos de óticas.
Ainda assim, na viatura ensaiada, há que realçar pormenores como a pintura opcional cinza mate (2150€) e também o opcional pack AMG, que fazem com que este carro seja imponente qualquer que seja o panorama de onde o vemos, e se sobressaia, e de que maneira, na estrada. E podemos garantir que este SUV vira cabeças onde quer que passe.
Análise Interior
Já no interior, as mudanças são ainda menores e resumem-se sobretudo a 2 aspectos: o novo volante multifunções da Mercedes, com um menor raio e um aro de maior grossura (mais desportivo, portanto), e que é definitivamente um dos melhores da indústria automóvel neste momento, e o novo sistema de infoentretenimento, que apesar de manter a mesma configuração estilo tablet, conta agora o sistema mais recente da Mercedes, o MBUX.
O ecrã central cresceu, ganhou mais funcionalidades, está mais intuitivo e interativo, sendo bastante mais fácil também de manusear e operar, não só graças à adição da função touch, mas também graças à adição de um touchpad, em detrimento da anterior “silver wheel”.
Quanto à escolha de materiais utilizados, a Mercedes é claro exímia neste capítulo, e dificilmente conseguimos tocar num único plástico rijo a bordo deste carro. E é de realçar ainda que a pele utilizada para forrar as portas, o tablier, o volante e os bancos, tem um toque extremamente agradável.
Já quanto ao espaço interior, neste Mercedes GLC facilmente conseguimos transportar 5 adultos e até mesmo o lugar do meio nos bancos traseiros é surpreendentemente confortável. Existe bastante espaço disponível, não só para os joelhos, mas também para a cabeça, mesmo se equipado com o opcional tejadilho panorâmico.
Lá atrás, na bagageira, o renovado GLC oferece igualmente uns impressionantes 550L de capacidade com os bancos em posição, ou 1600L com os bancos traseiros rebatidos.
Quanto ao equipamento opcional, e este é sempre um capítulo que pode “magoar” na hora de configurar um automóvel novo, neste modelo ensaiado em particular pudemos contar com:
- Pacote Off Road Pro – 600€
- Pintura Cinzento Selenite Mate – 2150€
- Estofos em Pele Ártico – 450€
- Acabamentos Interiores em Carbono – 975€
- Air Body Control – 1910€
- Pack Premium Plus (teto panorâmico, sistema de som Burmester, bancos dianteiros aquecidos, iluminação ambiente, display central de 10 polegadas) – 8902€
Somando tudo, totalizamos quase 15 000€ em opcionais, mas podemos garantir que estes opcionais valem cada cêntimo, sobretudo quando levamos o GLC para a estrada.
Condução
O Mercedes GLC é provavelmente um dos carros mais confortáveis que podemos conduzir, sobretudo se equipado com o sistema de amortecimento “Air Body Control”, que continuamente ajusta a suspensão para controlar a inclinação do carro em curvas, os ventos laterais quando ultrapassamos camiões ou passamos sobre uma ponte da auto-estrada.
Os 1910€ traduzem-se simplesmente numa sensação de descontração impressionante e de grande relaxamento, e mesmo aqueles momentos mais aborrecidos quando estamos no trânsito, ao volante deste carro significa pulverizam-se em descontração total.
Quanto a motorizações, essas também são quase todas novas neste facelift do Mercedes GLC, e debaixo do capot encontramos 80% de novos componentes.
Mantém-se os tradicionais V8 e V6 nas variantes GLC 43 e GLC 63, mas contamos agora com as novas motorizações de 4 cilindros 2.0 a diesel e a gasolina, e V6 a diesel no caso do GLC 400d.
A versão ensaiada era designada como GLC 300d, isto é, contava debaixo do capot com um motor 2.0 de 4 cilindros e com 245 cv de potência.
O GLC 300d debita 500Nm de binário máximo entre as 1600 e as 2400rpm, e consegue empurrar os 2500kg de peso deste SUV dos 0 aos 100kmh em apenas 6,5 segundos e atingir uma velocidade máxima de 231kmh.
Quanto a consumos, e caixa automática de 9 relações 9G Tronic, de série em todos os GLC, permite à Mercedes anunciar consumos na ordem dos 6L/100, no entanto, e numa condução mais realista e sem grandes preocupações, estaremos a olhar para valores na casa dos 7,5L/100km.
O GLC 300d custa sensivelmente mais 2000€ do que a versão 220d, que conta com o mesmo bloco, mas menos 50cv de potência. Ora, é certo que 50 cavalos ainda é alguma potência, mas este não é um carro de performance, e a maior potência também significa que os consumos são superiores. Por isso, e tendo em conta que os 194cv do bloco 220d são bastante prestáveis, essa configuração de motor talvez aquele que oferece o melhor compromisso entre performance e consumos, e sempre poderá “aproveitar” os 2000€ para apetrechar este carro com ainda mais extras.
Mas se é verdade que este GLC 300d surpreende quanto à sua performance e quanto ao seu comportamento dinâmico, lá isso é. E o mais surpreendente ainda é que não damos conta da velocidade subir tal a subtileza deste motor, a suavidade desta caixa automática e a magnifica insonorização deste carro, e se não temos atenção ao velocímetro, rapidamente nos metemos em apuros com a lei e ultrapassando os limites legais (porque os do carro, vão muito além do legal).
Este GLC estava também equipado com o sistema 4Matic da mercedes, que envia 45% da potência para as rodas frontais, e 55% da potência para as rodas traseiras. E por ter tração permanente, significa que, em teoria, também podemos fazer algumas aventuras fora de estrada.
A Mercedes anuncia um ângulo de aproximação de 31º, um ângulo de partida de 26,6º, números bem impressionantes para um SUV familiar e com tanto luxo, e que tivemos oportunidade de comprovar durante o nosso ensaio, levando o GLC por alguns trilhos fora de estrada, onde superou todos os obstáculos com máxima distinção.
Preços
Quanto a preços, e somados todos os extras, este GLC tem um preço de 56 244€…antes de adicionados os impostos, nomeadamente o IVA e o ISV, nos valores correspondentes de 16 000€ e 15 000€.
Infelizmente, a carga fiscal sobre veículos em Portugal é excessivamente elevada e penalizada os automóveis com maior cilindrada, e é por isso que carros como o Mercedes GLC, no final de contas, têm um preço de 87 000€.
Veredicto Final
Os SUV estão cada vez mais em voga, e cada vez mais as marcas têm apostado muito forte na qualidade, no aspeto prático e no conforto destes carros.
As marcas mais generalistas têm feito um ótimo trabalho neste campo, é verdade, mas a Mercedes, mais uma vez, está vários passos à frente da concorrência.
É verdade que a Mercedes, sobretudo com o volume de vendas do Mercedes Classe A, perdeu alguma da sua exclusividade e, ter um Mercedes, nos dias de hoje, não tem exatamente o mesmo estatuto que a marca carregava há 1 década atrás.
Mas quem é que não se recorda de ouvir algumas pessoas, sobretudo aquelas defensoras agarridas da marca, que afirmam “Mercedes é Mercedes”. E são automóveis como este Mercedes GLC que nos fazem entender que a Mercedes, apesar de ser uma marca mais acessível, nos continua a habituar aos seus padrões de excelência, sobretudo nas gamas mais elevadas, e o GLC, é sem dúvida, um SUV de sonho.