Júlia Rocha
Júlia Rocha
20 Nov, 2018 - 17:08

Erros que as madrastas e padrastos cometem e que podem evitar

Júlia Rocha

Qual é o papel de uma nova pessoa na família, perante os enteados? Conheça os erros que as madrastas e padrastos cometem e que podem ser evitados.

Erros que as madrastas e padrastos cometem e que podem evitar

A entrada de uma nova figura parental na família é um processo complexo e delicado. Criar, mudar uma criança ou adolescente, é uma luta de vontades e personalidades constante. Ainda mais quando estamos a criar aqueles que não são nossos filhos. Quais são os erros que as madrastas e padrastos cometem, mas que podem evitar?

Antes de passarmos a exemplos concretos, é preciso esclarecer que a entrada de novos membros na família é feita de formas distintas e que cada caso é um caso. Quer seja uma situação de separação, divórcio ou viuvez, há constantes diferentes a ter em conta.

É preciso também encarar as diferentes idades das crianças, como está organizada a questão da custódia etc. Cada realidade deve obedecer a regras que, apesar de terem de ser adaptadas e personalizadas, podem se justificadas num todo, para uma questão de adaptação.

Saiba como evitar um choque demasiado forte na estrutura familiar, uma crise de autoridade, momentos de ciúme e manipulação emocional, que não contribuem, nem para a felicidade individual, nem para a coletiva.

5 erros que as madrastas e padrastos cometem

familia no sofa

1. Falar mal do outro pai/mãe que está a “substituir”

Quase que parece óbvio, mas é uma situação em que as circunstâncias ditam a complexidade da questão. Se estiver numa relação com alguém que terminou a anterior de uma forma pouco amigável, e está a tentar encontrar um ponto de equilíbrio com as crianças, lembre-se que elas não são peões num jogo de xadrez. Não têm culpa da separação dos pais e estão a sofrer imenso com isso.

Contribuir para esta questão, com conversas de conotação negativa relativamente à mãe/pai delas, é a pior coisa que pode fazer. Mesmo que tenha razões para isso, há informações que as crianças não precisam de ter, nem encarar. Talvez este seja um dos mais comuns erros que as madrastas e padrastos cometem, quando as emoções estão à flor da pele.

2. Querer agradar em demasia

Aqui também podemos acrescentar que não deve tentar ser “melhor” ou “mais fixe” do que a mãe ou pai da criança. Uma relação saudável de madrasta/padrasto com os enteados implica regras e respeito.

Tentar agradar em demasia, fazer todas as vontades dos mais pequenos, querer evitar situações desagradáveis com os mesmos, não ajuda o seu novo/a companheiro/a a lidar com a introdução de uma nova pessoa na vida dos filhos. Tem de existir um equilíbrio entre querer passar por pai ou mãe e ser, de facto, um educador.

3. Impor novas regras e rotinas sem o consentimento do companheiro/a

familia em casa

Passar por cima do pai ou mãe da criança para impor regras, novos hábitos ou rotinas é algo que não pode acontecer. Os pais são quem tem autoridade, uma questão que até pode mudar no decorrer da relação ou do enquadramento da nova madrasta ou novo padrasto na família.

Mas, sobretudo no início, é algo que deve ser evitado ao máximo. É importante que o casal atue como tal, numa unidade, mas sem esquecer que o progenitor de sangue vai ter de ter a última palavra.

4. Evitar participar na educação da criança

Se o novo/ companheiro/a o apresentou aos filhos, é porque quer que entre na dinâmica familiar. Uma participação ativa na educação das crianças deve ser efetuada de forma gradual e um dos erros que as madrastas e padrastos cometem é, por vezes, não querer participar de todo ou achar que não deve.

O tudo ou nada não funciona neste contexto, relacionando este argumento com o ponto 2 desta lista. Deve haver um equilíbrio e diálogo abertos à participação na vida quotidiana das crianças, até nas coisas mais básicas, como pedir ajuda nas tarefas domésticas ou o ir buscar à escola.

5. Medir forças quando os filhos são já adolescentes

É difícil lidar com enteados adolescentes: a adaptação é mais difícil, a aceitação demora mais tempo. As personalidades colidem ainda mais, e é preciso ter ainda mais cuidado neste adaptação às novas rotinas e a novas pessoas que entram na família. Os padrastos e madrastas devem evitar confrontos ao máximo, ter mais paciência, fazer o diálogo prevalecer e, acima de tudo, fazer ver ao jovem que não estão a tentar ocupar o lugar do pai ou da mãe.

É normal que futuros padrastos ou madrastas sejam vistos como o motivo para a separação dos pais (mesmo que não tenha sido o caso). Neste ponto, o diálogo e a paciência são mesmo imperativas, sem entrar em provocações e desafios por parte dos adolescentes.

Veja também