Ekonomista
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15 Ago, 2025 - 15:45

Falta de meios nos incêndios em Portugal gera críticas à Proteção Civil

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PS denuncia falta de meios nos incêndios em Portugal e critica descoordenação da Proteção Civil, pedindo ação urgente do Governo.

A falta de meios nos incêndios em Portugal tornou-se um tema incontornável no debate político e social, especialmente após os recentes grandes incêndios florestais. José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, aponta falhas na gestão da crise, destacando a descoordenação da Proteção Civil e decisões polémicas do Governo no auge da emergência. Neste artigo, analisamos as principais críticas lançadas, bem como a resposta oficial do Executivo e os impactos sobre a gestão de crises florestais em Portugal.

Críticas à descoordenação da Proteção Civil

Oposição aponta falhas graves no combate aos incêndios

Em pleno verão e com uma onda de calor persistente, a capacidade de resposta às chamas voltou a ser questionada. Segundo José Luís Carneiro, há uma clara falta de meios nos incêndios em Portugal, agravada por problemas de articulação entre as entidades envolvidas na resposta urgente.

O dirigente socialista chama a atenção para a necessidade de uma avaliação urgente da estrutura de emergência: “É essencial identificar o que está a falhar no terreno para que se corrijam os erros, antes que as consequências se agravam“, afirmou, referindo-se à descoordenação da Proteção Civil como fator de risco adicional.

Adicionalmente, apontou como erro grave a não declaração da situação de contingência, medida que, em situações semelhantes no passado, garantiu maior capacidade logística e de mobilização rápida de recursos.

Falta de comunicação e ausência de apoio europeu

Outro ponto crítico levantado por Carneiro foi a ausência dos habituais briefings diários. Essa falha compromete, segundo ele, a percepção pública da gravidade da situação e prejudica a coordenação entre forças distritais e nacionais.

O PS também questiona a não ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que poderia reforçar a capacidade de combate com meios aéreos e apoio técnico de outros Estados-membros. Esta decisão é vista como uma oportunidade desperdiçada num cenário de recursos escassos.

Veja também Apoio aéreo da União Europeia contra incêndios: solução urgente para Portugal?

Líder socialista critica gestão e exigências aumentam

As declarações do líder socialista causaram forte repercussão política. Além de denúncias sobre a gestão dos incêndios, José Luís Carneiro alertou para o risco de o país não estar preparado para enfrentar cenários cada vez mais extremos, defendendo mudanças estruturais nas políticas de prevenção e combate ao fogo.

A resposta do Governo e medidas em curso

Governo prolonga situação de alerta e promete avaliação futura

O primeiro-ministro Luís Montenegro declarou que a resposta está a ser dada “de forma discreta, mas próxima”, remetendo uma avaliação mais aprofundada para depois do pico da crise. Fez ainda referência à combinação de condições meteorológicas extremas com fatores humanos, incluindo comportamentos negligentes e, nalguns casos, de origem criminosa.

A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou o prolongamento da situação de alerta até ao próximo domingo, com todas as medidas de restrição e reforço de meios em vigor. A prioridade, neste momento, é conter os incêndios ativos, sobretudo nas zonas do Norte e Centro do país, sendo essa a área mais afetada nas últimas semanas.

Até à data, os fogos já consumiram mais de metade da área total ardida neste ano, estimada em 75 mil hectares — uma cifra alarmante que reforça as preocupações sobre as falhas na resposta aos incêndios e a necessidade de implementar medidas contra incêndios florestais mais eficazes.

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