Renata Silva
Renata Silva
13 Jul, 2017 - 09:19

Será que o seu filho é hiperativo? Conheça os sintomas

Renata Silva

Agitar mãos e pés frequentemente é um dos sinais que caracteriza alguém hiperativo. Conheça este problema que afeta sobretudo crianças.

Será que o seu filho é hiperativo? Conheça os sintomas

“Parece que tem bichinhos carpinteiros!” É uma expressão bem conhecida e que é tantas vezes atribuída a crianças que não param quietas, sempre cheias de energia. Essa inquietação pode, no entanto, não ser normal e estar associada a uma perturbação que não devemos desvalorizar. Podemos estar perante alguém hiperativo.

Falamos da Perturbação da Hiperatividade com Défice de Atenção (PDHA). Apesar de ser mais comum em crianças e adolescentes, afetando 5 a 8% das crianças em idade escolar, esta patologia atinge também adultos.

O que significa ser hiperativo?

Este problema surge na sequência de alterações neuroquímicas a nível do córtex cerebral, que resultam num conjunto significativo de mudanças comportamentais: agitação motora, impulsividade e/ou desatenção.

Há três subtipos relacionados com a PDHA. Importa distingui-los, pois é possível ser-se hiperativo e não ter défice de atenção ou só ter défice de atenção, como passamos a explicar em seguida, em maior pormenor.

Os três subtipos de PDHA são:

  • Hiperativo-impulsivo;
  • Desatento;
  • Misto.

Este último subtipo é considerado o mais grave. Embora a PDHA no geral seja mais comum no género masculino, este subtipo é mais frequente no género feminino.

Quais os sintomas de hiperatividade?

placeholder-1x1

Os sinais que caracterizam esta perturbação são mais ou menos frequentes e/ou intensos consoante o subtipo de que estivermos a falar. Apresentamos, em seguida, os principais sintomas por cada subtipo.

Hiperativo-impulsivo

  • Agitação motora (por exemplo, agita ou bate frequentemente com as mãos e os pés);
  • Impulsividade (por exemplo, frequentemente tem dificuldades em esperar pela sua vez numa fila ou precipita as respostas antes que as perguntas tenham acabado).

Desatento

  • Desatenção (por exemplo, tem dificuldade em organizar tarefas ou atividades ou falha em prestar a devida atenção aos pormenores);
  • Esquecimento (por exemplo, perde frequentemente objetos necessários para tarefas ou atividades);
  • Distração fácil (por exemplo, muito distraído por estímulos alheios).

O subtipo misto apresenta uma combinação dos sintomas dos outros dois subtipos.

Devido a esta sintomatologia, quem tem esta perturbação tende a apresentar, com alguma frequência, problemas de aprendizagem, dificuldades de relacionamento com os pares, dificuldades em cumprir regras e atingir objetivos, entre outros.

Se suspeita de alguns destes sintomas, deve consultar um especialista.

O que faz com que alguém seja hiperativo?

placeholder-1x1

As causas da PHDA ainda não são totalmente conhecidas. Alguns estudos em famílias parecem apontar para uma origem hereditária, uma vez que as taxas de prevalência desta perturbação do neurodesenvolvimento são mais elevadas quando uma das figuras parentais apresenta o mesmo diagnóstico.

Há alguns fatores de risco que estão associados a esta problemática, por exemplo:

Na origem deste problema pode também estar uma menor concentração de dopamina, um neurotransmissor normalmente associado a mecanismos de prazer e de recompensa.

Por esta razão e ao contrário do que se pensa, o tratamento indicado para quem é hiperativo não são os calmantes, mas sim medicamentos psicoestimulantes, como o metilfenidato, para promover uma maior comunicação entre os neurónios e as diferentes partes do cérebro.

O que fazer perante um caso de hiperatividade?

É importante que a avaliação e o diagnóstico sejam feitos por um especialista para despistar e desmascarar os comportamentos fora do normal apresentados pela criança ou adulto e verificar se não estão associados a outro tipo de perturbações.

Segundo escreve o psicólogo Octávio Moura, no portal da Hiperatividade com Défice de Atenção, como o tratamento desta perturbação pode envolver, na grande maioria das vezes, o uso de medicação específica, uma avaliação e diagnósticos incorretos podem conduzir a um conjunto de efeitos adversos.

Feito o diagnóstico, o tratamento passará, na maioria dos casos, por uma abordagem complementar, combinando o uso de fármacos com uma abordagem ao nível cognitivo-comportamental, em que há uma intervenção clínica direta com a criança, e ao nível psicossocial, uma estratégia que envolve também os pais através de programas e dinâmicas familiares, entre outras ações.

Veja também: