Share the post "Ilha da Armona: paraíso algarvio que está a conquistar o mundo"
A aventura começa no cais de Olhão, onde um ferry parte regularmente rumo à Ilha da Armona, numa travessia que dura cerca de 15 a 20 minutos.
Ao desembarcar, o visitante é imediatamente envolvido por um refúgio quase intocado: ruas de areia, casinhas brancas e um silêncio salpicado apenas pelo atropelar suave das gaivotas.
A ilha, inserida no Parque Natural da Ria Formosa, estende-se por cerca de quatro quilómetros quadrados e separa-se entre praias voltadas para a ria e para o Atlântico, criando paisagens de rara beleza.
Trata-se de um paraíso raro, sensível, mas de onde emana uma paz fundamental para quem deseja uns dias de descanso absoluto.
Ilha da Armona: o mundo a seus pés
O coração da visita reside, muitas vezes, no parque de campismo da Orbitur. Situado a meros 200 metros da praia, oferece uma experiência singular, com chalés e bungalows acolhedores, equipados com kitchenette e casa de banho privativa, acessíveis a pé e com vista directa para a água.
Aberto de Fevereiro a Outubro, é um espaço sem carros, onde o ruído das ondas substitui inevitavelmente o das buzinas . Um verdadeiro luxo de tranquilidade.
Recentemente, o parque ganhou destaque internacional, tendo sido eleito, pela edição espanhola do Huffington Post, como “um dos mais originais do mundo”.
O artigo enfatiza a harmonia entre natureza e conforto ligeiro: redes, churrascos ao pôr do sol, noites de céu estrelado e espaços de lazer com wi‑fi, parque infantil e zona de convívio, criando “o equilíbrio perfeito entre aventura e conforto”.
Reza ainda que alguns o apelidaram de “Maldivas portuguesas”, numa evocação do azul cristalino das águas e dos areais infinitos. Mas já se sabe da tendência nacional e comparar o incomparável…

Um festival para os sentidos
Explorar a ilha é fácil. Logo à saída do parque, um passadiço conduz à extensa praia de bandeira azul, banhada pelas águas mornas na ria, ideais para um mergulho retemperador.
Há também as dunas selvagens voltadas para o mar aberto, onde camaleões e aves costeiras se tornam companheiros de caminhada. A sul, junto ao mar, vive-se uma atmosfera mais natural, com espaços onde o naturismo é tolerado.
Quando o calor aperta, basta voltar ao parque para descansar no bungalow, preparar um churrasco ou simplesmente relaxar num alpendre.
As noites passam-se em silêncio quase total, interrompido apenas por ondas e estrelas. Aguenta ainda noite à luz da lua antes de regressar a Olhão no ferry do final da tarde.
Para além do campismo, a ilha oferece vida de aldeia, com pequenos minimercados para o essencial e cafés com menus de marisco fresco, habitualmente preparados por gerações de famílias locais que mantêm viva a autenticidade algarvia.
Este roteiro pode prolongar-se combinando a ilha da Armona com as vizinhas Culatra e Farol (todas acessíveis por passeios de barco de um dia) ou integrando uma visita matinal ao mercado de peixe de Olhão, antes ou após a travessia.
Explorar Olhão
Para além das praias e das caminhadas, quem quiser explorar a região encontra na própria cidade de Olhão uma atmosfera vibrante e genuína.
Vale a pena reservar algumas horas para passear pelo Mercado Municipal, com as suas bancas coloridas carregadas de peixe acabado de chegar da lota e legumes das hortas da serra.
Mesmo junto à frente ribeirinha, a zona histórica convida a perder-se entre ruas estreitas e fachadas revestidas a azulejo, descobrindo pátios escondidos e antigas casas cúbicas de influência mourisca que tornam Olhão única no Algarve.
E se houver tempo para mais, recomenda-se uma incursão a Faro, a cerca de 10 quilómetros, onde a Cidade Velha, muralhada e coroada pelo Arco da Vila, preserva o traço medieval e o encanto de um labirinto de pedra, perfeito para quem gosta de passeios pausados com paragens em esplanadas e lojas de artesanato.
A Ilha da Armona revela-se, assim, como destino ideal para quem procura uma escapadela simples, harmoniosa e autêntica. Um lugar onde o tempo realmente abranda, onde cada nascer e cada pôr do sol respiram calma e onde até a rotina mais descontraída se sente como férias.