Assunção Duarte
Assunção Duarte
21 Jun, 2022 - 12:36

iServices: o Direito à Reparação não envolve apenas o consumidor 

Assunção Duarte
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Reparar em vez de comprar novo exige um design de produto repair-friendly. Para a iServices, o sucesso da economia circular também passa por alterações do lado dos fabricantes.

iServices é uma empresa que atua no mercado nacional na reparação de equipamentos de telecomunicações e informática desde 2011. Este tipo de empresas vê com bons olhos o crescimento da procura pela reparação de equipamentos eletrónicos  e pela compra de equipamentos recondicionados.

Esta empresa contabiliza atualmente no nosso país mais de dez mil reparações por mês em equipamentos multimarca, uma contribuição que garante vir responder à crescente preocupação que os consumidores nacionais demonstram com a sustentabilidade dos recursos no nosso planeta. 

Mas esta preocupação ecológica não parece ter alastrado à indústria produtora de dispositivos eletrónicos que continua a dificultar o trabalho de empresas como a iServices. Nos últimos anos, os fabricantes não se inibiram em criar peças proprietárias, em criar produtos impossíveis de abrir sem serem destruídos ou em tornar dispositivos obsoletos ao encerrar o suporte a software antigo.

Com a IoT (a internet das coisas) este cenário alastrou também aos eletrodomésticos comuns. Mas à medida que os produtos ficaram mais difíceis de reparar, surgiram nos EUA e na União Europeia movimentos que apelam ao Direito à Reparação. 

Right to Repair Europe por exemplo, tornou-se uma verdadeira bandeira dos consumidores. O movimento mostra como uma nova mentalidade anti consumo exige que a indústria assuma verdadeiros compromissos pela durabilidade dos equipamentos que produz.

Neste sentido, a UE já lançou à discussão pública as suas prioridades para a Nova Agenda do Consumidor, cujas diretivas finais estão previstas para o terceiro trimestre de 2022. Uma das prioridades é reforçar o Direito à Reparação, encarado como uma das metas fundamentais para alcançar a economia circular até 2050. 

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Direito à Reparação: que futuro?

Apesar da atual lei europeia já garantir alguns direitos à reparação e substituição de equipamentos comprados no espaço europeu, a nova proposta pretende reforçar esses direitos. O objetivo é garantir que qualquer consumidor europeu possa reparar o seu produto avariado, seja por si próprio, seja entregando-o para reparação a uma empresa ou técnico à sua escolha. Para isso é preciso tornar os produtos eletrónicos cada vez mais reparáveis, aumentando assim o seu ciclo de vida. 

Fabricantes com novas regras

Em cima da mesa de negociações encontram-se as seguintes propostas:

– o fabricante deverá ser obrigado a dar acesso gratuito, quer aos consumidores, quer a empresas como a iServices, à informação sobre reparação e manutenção do seu equipamento;

– o fabricante tem de garantir a atualização de software durante um período mínimo de tempo;

– o fabricante tem de produzir produtos mais duráveis e mais fáceis de reparar, incluindo peças que possam ser retiradas e substituídas;

– as garantias vão ser prolongadas.

Consumidores podem ganhar com a reparação

O objetivo é que as novas medidas possam tornar mais rentável a reparação do que a substituição por um novo, situação que atualmente não é muito frequente. Neste sentido estão pensadas igualmente iniciativas para tornar mais apetecível ao consumidor a reparação, oferecendo bónus a quem opte por reparar e não por comprar novo, ou oferecendo um equipamento de substituição durante o período da reparação.

iServices: é necessário alargar a abrangência das diretivas a todos os intervenientes no mercado

Adaptar as empresas ao novo conceito de fabricar para durar pode ser um desafio num sistema que privilegia a substituição e encarece a reparação. Neste sentido, a Ecommerce Europe, a plataforma que dá voz ao setor de comércio digital europeu, já veio pedir à UE que não limite as novas diretivas do Direito de Reparação apenas à perspetiva do consumidor.

O objetivo passa pelo alargamento da abrangência dessas diretivas, para que tenham em conta as preocupações de todos os interessados no mercado, incluindo as empresas de reparação como a iServices

Mudar a forma como são fabricados e comercializados os produtos na UE é tão importante como garantir Direitos de Reparação ao consumidor, se o objetivo é fomentar a economia circular que o planeta tanto precisa.

É assim pedido, por quem atua no sector, que a Comissão também dê prioridade quer ao fomento do design repair-friendly, essencial para facilitar a reparação e o acesso a peças individuais de substituição, quer à promoção de serviços de reparação também eles sustentáveis.

Para a iServices o objetivo será sempre o de incentivar junto dos consumidores, produtores e empresas de reparação, uma transição ecológica eficiente a médio e longo prazo.

Se o lixo eletrónico (e-waste) é o que mais cresce atualmente no mundo e se, só na Europa, quase 4,8 milhões de toneladas deste lixo é descartada indevidamente todos os anos, incluindo por exportação ilegal para países em vias de desenvolvimento (fonte 2019 Eurostat) o papel a desempenhar por um mercado europeu de serviços de reparação e de artigos em segunda não será menos do que primordial.