Share the post "Lancia Delta Integrale regressa em 2026, mas em versão elétrica"
Há nomes que resistem ao tempo. Nomes que evocam emoções cruas, que fazem vibrar o coração dos puristas e aceleram o pulso dos mais distraídos. O Lancia Delta Integrale HF é um desses nomes.
Em 2026, a marca italiana prepara-se para ressuscitar um dos ícones mais gloriosos do automobilismo europeu. Mas este não será um regresso qualquer.
Será uma reinvenção elétrica, arrojada e cheia de promessas. A questão que se impõe é: conseguirá este novo Integrale estar à altura da lenda?
Para compreender o impacto deste anúncio, é preciso recuar aos tempos dourados do WRC. Entre 1987 e 1992, o Lancia Delta HF Integrale dominou os ralis com autoridade avassaladora.
Foram seis títulos mundiais consecutivos de construtores (um feito ainda por igualar) e um desfile de vitórias protagonizado por nomes lendários como Juha Kankkunen e Miki Biasion.
Mas o que tornava o Lancia Delta Integrale tão especial não era apenas o seu currículo. Era a sua presença.
Os guarda-lamas alargados, a postura desafiante, o som inconfundível do motor turbo a cuspir potência por todos os poros. Era um automóvel com alma, nascido nas estradas de terra e criado para vencer.
Lancia Delta Integrale: novo capítulo em 2026
Este será o primeiro modelo da nova linhagem “HF” da marca, focada no desempenho puro, numa era onde o silêncio elétrico substitui o rugido da combustão.
A versão moderna será baseada na plataforma STLA Medium do grupo Stellantis, que permitirá ao novo Delta alinhar com os mais recentes standards da mobilidade elétrica, sem perder o carácter desportivo que o nome exige.
Segundo fontes próximas da marca, o novo Lancia Delta Integrale terá tração integral, uma aceleração feroz, e um centro de gravidade baixo que promete oferecer uma dinâmica ao nível dos melhores hot hatches do mercado.
E sim, será 100% elétrico.
Um elétrico com ADN de rali?
À primeira vista, a combinação “Integrale” e “elétrico” pode parecer uma heresia para os puristas.
Mas se olharmos com atenção, o Integrale original era um produto da sua época, uma máquina nascida da engenharia de ponta, desenhada para explorar até ao limite as regras do Grupo A. Era inovador, irreverente, tecnicamente avançado.
O novo Integrale pretende manter esse espírito pioneiro. Se a Lancia conseguir transmitir essa alma para a era elétrica, teremos mais do que um revivalismo teremos um verdadeiro sucessor espiritual.
Com dois motores elétricos e controlo de tração inteligente, o novo Delta HF poderá oferecer níveis de precisão e aceleração que o original nunca sonhou alcançar.
Fala-se nuns incríveis 600 cv, com 0-100 km/h abaixo dos 4 segundos, e um comportamento dinâmico focado para as curvas, exatamente como manda a tradição.

Design entre o retro e o radical
O design será, sem dúvida, um dos pilares do sucesso deste modelo. A Lancia já deixou escapar alguns teasers que apontam para uma abordagem neo-retro, claramente inspirada nas linhas angulares e agressivas do Delta dos anos 80 e 90.
Esperam-se faróis duplos, grelha recuada e uma silhueta compacta com ombros largos e personalidade vincada.
Ao mesmo tempo, o novo Lancia Delta Integrale HF terá de refletir a estética moderna dos elétricos: superfícies limpas, aerodinâmica refinada, e detalhes técnicos visíveis como difusores ou jantes otimizadas.
Por dentro, a cabine deverá combinar minimalismo tecnológico com requinte italiano.
Painéis digitais, materiais sustentáveis e um ambiente focado no condutor deverão ser o pano de fundo para uma experiência de condução tão envolvente quanto moderna.
O renascimento de uma marca
Este regresso não é apenas sobre um modelo. É sobre a própria Lancia. Depois de anos a viver na sombra, com um portefólio reduzido ao Ypsilon e uma presença quase residual fora de Itália, a marca renasce com ambição.
O novo Integrale será a ponta de lança de um plano de reestruturação que prevê novos modelos, nova linguagem de design e uma aposta declarada na eletrificação.
A nova gama “HF”, segundo indica a Stellantis, será composta por variantes desportivas de futuros modelos da Lancia. Todas elétricas, todas com assinatura emocional.
A verdade é que o Lancia Delta HF Integrale não é apenas um carro. É um capítulo da história automóvel. É suor, poeira, vitórias. É uma geração inteira que cresceu a ver o Martini Racing voar nas serras e nos nevões.
Se a Lancia acertar, o novo Integrale não será apenas um carro para nostálgicos. Será um ícone reinventado. Um hino à engenharia e ao prazer de condução. Um verdadeiro regresso do rei.