Ekonomista/Lusa
Ekonomista/Lusa
02 Fev, 2021 - 18:13

Detetada nova mutação na variante britânica do coronavírus

Ekonomista/Lusa

Especialistas temem que as caraterísticas desta mutação coloquem em causa a eficácia das vacinas.

Ilustração da forma do novo coronavírus

Uma nova mutação na variante britânica do novo coronavírus foi detetada pelas autoridades sanitárias do Reino Unido, revelou hoje um organismo de saúde inglês, e os especialistas temem que a mesma reduza a eficácia das atuais vacinas.

Depois de analisarem 214.159 amostras da variante detetada no Reino Unido, conhecida tecnicamente como B117, os investigadores do Public Health England (PHE) encontraram 11 casos da mutação E484K, que também se encontra nas variantes brasileira (B1128) e sul-africana (B1351).

Confrontado com estes dados, Julian Tang, virólogo da universidade de Leicester, disse que se trata de uma descoberta “preocupante”, ainda que “não seja de todo surpreendente”, já que é normal que os vírus sofram mutações.

O especialista voltou, por isso, a apelar à população para respeitar as restrições vigentes para travar a pandemia, uma vez que “os vírus não apenas se propagam, como também evoluem” para se adaptarem ao meio envolvente.

Preocupação em torno da eficácia das vacinas

Frascos com vacina contra a COVID-19

Segundo a agência de notícias espanhola (EFE), o académico junta-se a outros especialistas que alertam que a propagação desta mutação dentro da variante detetada no Reino Unido pode ter um efeito negativo sobre a eficácia das vacinas, como acontece com as variantes detetadas no Brasil e na África do Sul, ainda que as atuais vacinas consigam oferecer um certo nível de proteção.

Um estudo preliminar da universidade inglesa de Cambridge, divulgado esta terça-feira, indica que a vacina da Pfizer-BioNTech é eficaz contra a chamada “variante britânica”, mas perde eficácia quando combate a mutação E484K, que exige “níveis substancialmente mais elevados de anticorpos para neutralizar o vírus”.

Apesar de existirem milhares de variantes do coronavírus original a circular pelo mundo, os especialistas centram-se, sobretudo, sobre estas três (britânica, brasileira e sul-africana) pelo seu potencial de contágio e aparente maior resistência aos fármacos.

Veja também