Façamos justiça: este é mais do que um edifício histórico. O Palácio de Mafra foi classificado como Património Mundial da UNESCO, recolhendo o reconhecimento internacional para um monumento ímpar.
Saído da demencial vontade de um rei, o Palácio de Mafra é povoado por mitos e lendas que, em muitos casos, entraram diretamente para o imaginário nacional. Mas, acima de tudo, é uma obra prima absoluta e que merece uma visita cuidada.
Palácio de Mafra: os séculos de uma vida histórica
![palácio de mafra](https://cdn.e-konomista.pt/uploads/2019/07/765_360_128984-mafra-convent_1562852039.jpg)
Fruto de uma promessa, o Palácio de Mafra começou a ser construído em 1717 pela mão do Rei D. João V e mantém-se até hoje uma das obras mais históricas em Portugal. Em resultado dessa história, e de tudo aquilo que encerra, foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Património Mundial.
É verdade que a candidatura foi feita há 10 anos e que, segundo o Presidente da Câmara de Mafra, “peca por tardia”, mas o reconhecimento já é uma realidade e uma justificação suficiente para conhecer melhor um dos monumentos portugueses mais importantes da história.
Uma história atual
É costume ouvir-se que Mafra é o esplendor do Barroco, e tudo graças ao seu imponente Palácio. Falamos de um monumento que, em si, encerra séculos de arquitetura, escultura, pintura, música, livros, têxteis e um sem fim de icónicos momentos da nossa história.
O Palácio de Mafra é também um Convento, uma Basílica e uma Tapada, o que torna este monumento único e incomparável de tão completo ser. Por iniciativa do rei D. João V, o Palácio foi construído em resultado de uma promessa que esse tinha feito caso tivesse descendência da sua mulher, a rainha D. Maria Ana de Áustria.
A 17 de novembro de 1717 começaram os trabalhos de um edifício que, no seu todo, ocupa quase 4 hectares de área, tem 1200 divisões e quase 30 pátios e saguões. A sua história é tal que inspirou obras literárias, como é o caso do “Memorial do Convento”, de José Saramago.
O arquiteto da obra, Johann Friedrich Ludwig, alterou os planos iniciais (que passavam por “dar casa” a 13 frades Franciscanos) e não olhou a despesas – tudo graças ao ouro que, na altura, chegara do Brasil. Rapidamente foram envolvidos milhares de trabalhadores e, de 13, foram 300 os frades albergados no Palácio.
![palácio de mafra](https://cdn.e-konomista.pt/uploads/2019/07/765_360_128986-biblioteca-pyo-a_1562852194.jpg)
Uma biblioteca com mais de 36000 volumes
É um dos ex-líbris do país e das bibliotecas portuguesas mais importantes. A sua imponência é notória e avassaladora para quem visita, para não falar do conteúdo valioso que guarda nas suas prateleiras. Era também conhecida como Casa da Livraria e situa-se no 4º piso (ala nascente) do Palácio de Mafra.
A importância da sua coleção é tanta que, em 1754, uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV, “para além de proibir sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo de obras impressas ou manuscritas sem licença do Rei de Portugal, concede-lhe autorização para incluir no seu acervo os livros proibidos pelo Index”.
Na verdade, a consulta de livros e manuscritos presentes na Biblioteca do Palácio de Mafra é gratuita para investigadores, historiadores e estudantes (nacionais ou estrangeiros), mas há uma série de regras a cumprir para que o estado de conservação dos volumes não fique comprometido.
Como e quando visitar
A visita ao Palácio de Mafra deve ser antecipadamente planeada, face à quantidade de espaços que se podem conhecer – e a verdade é que os horários também variam consoante as partes do monumento que se pretende visitar. O Palácio está encerrado às terças, mas a abertura ao público acontece nos restantes dias das 9h30 às 17h30 (sendo que a última entrada é às 16h45) – contudo, o Núcleo de Arte Sacra e Enfermaria encerra das 13h00 às 14h00.
A Biblioteca, por sua vez, pode ser visitada 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, das 9h30 às 13h30 e das 14h00 às 16h00. No entanto, aqueles que queiram visitar a mesma para consultar os seus textos, têm de o fazer via marcação prévia.
Preço
Quanto ao preço dos bilhetes, o custo varia de caso para caso:
- Visita ao Palácio, Biblioteca, Arte Sacra e Núcleo Conventual: 6€ por pessoa;
- Visita aos terraços: 5€ por pessoa.
A entrada é gratuita para quem visitar o monumento aos domingos e feriados até às 14h00, e também para crianças até aos 12 anos. Os visitantes que comprovem que o fazem em contexto académico, pagam apenas 1€ para terem acesso ao edifício e também existem casos que podem usufruir de 50% de desconto:
- Visitantes com 65 anos ou mais;
- Jovens com cartão de estudante atualizado (quando não enquadrado em visita de estudo);
- Detentores de Cartão Jovem;
- Bilhete de família (1 adulto e 2 ou mais crianças, menores de 18 anos);
- Famílias numerosas.
As visitas guiadas têm um custo acrescido e devem ser sempre marcadas previamente. Qualquer um dos bilhetes pode ser adquirido diretamente no Palácio.
O que visitar em Mafra
![palácio de mafra](https://cdn.e-konomista.pt/uploads/2019/07/765_360_128989-ericeira-coastline-in-portugal_1562852427.jpg)
Depois de se certificar que visita o Palácio de Mafra, bem como a sua Biblioteca e Tapada, não se fique por aí, até porque essa vila tem muito mais para oferecer. Deixamos-lhe, por isso, algumas sugestões daquilo que pode ver para completar o seu roteiro.
Aldeia José Franco
Também conhecida como Aldeia-Museu José Franco, Aldeia Típica José Franco, Aldeia Típica do Sobreiro ou Aldeia Saloia. Muitos nomes, mas uma só localidade que se encontra entre a Ericeira e Mafra, cheia de histórias para contar.
Forte de Milreu
Situado na Ericeira, concelho de Mafra, este é o último dos fortes erguidos aquando da Restauração da Independência portuguesa.
Museu Popular Beatriz Costa
Para quem quiser conhecer mais da história desta icónica atriz portuguesa, este é um museu a não perder.