Ekonomista
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04 Jun, 2025 - 15:00

Portugal digital: onde gastam mais os millennials? Subscrições, apps ou jogos?

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Como os millennials portugueses moldam o consumo digital com hábitos centrados em subscrições, apps e jogos, num equilíbrio entre conveniência e controlo financeiro.

A geração millennial, nascida entre os anos 1981 e 1996, ocupa hoje um lugar central no ecossistema digital português. Entre as várias opções que integram o seu quotidiano digital, plataformas como a Bettilt ganham destaque ao oferecer experiências de jogo e entretenimento alinhadas com os seus hábitos de consumo flexíveis e conectados.

São os adultos jovens que cresceram com a internet, acompanharam a transição do analógico para o digital e desempenham um papel decisivo na definição das tendências de consumo online.

Em Portugal, os millennials representam uma parte expressiva da população ativa, com acesso a rendimento próprio, literacia tecnológica elevada e uma relação fluida com as plataformas digitais.

O consumo online nesta faixa etária tem vindo a crescer de forma constante, impulsionado por fatores como a conveniência, a mobilidade e a possibilidade de personalização da experiência.

Ao contrário das gerações anteriores, os millennials preferem serviços que se adaptem aos seus ritmos, interesses e estilos de vida, disponíveis a qualquer hora e em qualquer lugar. Subscrições de streaming, apps para todas as finalidades imagináveis e jogos digitais com experiências imersivas fazem parte do seu quotidiano.

Neste cenário de opções quase ilimitadas, torna-se pertinente perguntar: onde realmente gastam mais os millennials portugueses quando estão online? Será nas subscrições mensais que já fazem parte da rotina, nas aplicações que prometem produtividade e conveniência, ou nos jogos que combinam lazer com competição e recompensa?

Este artigo procura responder a essa questão, analisando os hábitos de consumo digital desta geração, os padrões de gasto mais recorrentes e o que esses comportamentos revelam sobre a nova economia da atenção em Portugal.

Perfis de consumo digital entre os millennials

Os millennials portugueses destacam-se por uma forma muito particular de viver o mundo digital.

Esta geração, que cresceu com a evolução da tecnologia e se adaptou à sua rápida transformação, apresenta um perfil de consumo marcado por pragmatismo, fluidez e exigência na experiência do utilizador. Para eles, o tempo e o dinheiro são recursos valiosos — e ambos são geridos, cada vez mais, através de plataformas digitais.

Quando se trata de gestão de tempo online, os millennials tendem a alternar entre múltiplas aplicações: usam redes sociais para comunicação e lazer, apps de produtividade no trabalho, plataformas de streaming para entretenimento e marketplaces para compras do dia a dia. Valorizam soluções que integrem funções múltiplas, que lhes permitam poupar tempo e manter controlo sobre a vida digital.

Do ponto de vista financeiro, os gastos são muitas vezes automatizados: subscrições mensais, compras integradas em apps, upgrades de jogos, ou serviços premium em plataformas que usam no quotidiano. Esta rotina de microgastos pode parecer insignificante isoladamente, mas representa uma parte significativa do orçamento digital mensal.

Comparando com outras gerações, os millennials comportam-se de forma distinta. A Geração X (nascida entre 1965 e 1980) tende a usar a tecnologia de forma mais funcional e com maior contenção nos gastos digitais.

A Geração Z, por outro lado, nasceu já no universo online e é ainda mais fluida, impulsiva e conectada — mas muitas vezes sem o mesmo poder de compra que os millennials, o que modera o consumo.

Entre os fatores que moldam os hábitos digitais dos millennials estão:

  • Um estilo de vida urbano e móvel, que valoriza acesso imediato e flexibilidade;
  • A forte presença da tecnologia no quotidiano, desde a banca até à saúde;
  • A busca por conveniência e personalização, em detrimento da posse de bens físicos;
  • Uma cultura de experiência e recompensa imediata, alimentada pelas lógicas das redes sociais e dos jogos.

Este conjunto de caraterísticas explica por que razão os millennials são hoje um dos principais motores da economia digital, não apenas como consumidores, mas como coautores de um novo modo de viver online.

Subscrições, apps ou jogos? Análise dos principais destinos de gasto

Os millennials portugueses distribuem os seus gastos digitais entre diversas categorias, mas algumas concentram mais atenção e orçamento. Abaixo, segue uma lista simples com os principais destinos de consumo e uma breve análise de cada um:

Subscrições

Serviços como Netflix, Spotify, Amazon Prime Video, HBO Max e jornais digitais são praticamente universais nesta geração. A lógica da subscrição — acesso ilimitado por uma mensalidade fixa — encaixa-se bem no perfil millennial, que privilegia comodidade, personalização e ausência de compromisso de longo prazo.

Embora muitas vezes o custo individual de cada subscrição seja baixo, a soma acumulada (entre plataformas de vídeo, música, cloud storage e notícias) representa uma fatia relevante do orçamento mensal.

A facilidade de adesão e a gestão automática também tornam mais difícil manter controlo — muitos millennials mantêm serviços ativos que já não usam com frequência.

Apps

Outro destino comum de gasto são as aplicações pagas ou com funcionalidades premium. Isso inclui apps de produtividade (como Notion ou Evernote), dating (Tinder Plus, Bumble Premium), saúde (meditação, fitness, acompanhamento nutricional), entrega de comida (Uber Eats, Glovo) e gestão financeira (como Revolut ou apps de controlo de despesas).

Estas aplicações oferecem conveniência e solução prática para o dia a dia, e muitas vezes adotam o modelo freemium: uso gratuito com recursos pagos adicionais. O desafio está no caráter fragmentado dos gastos — são pequenas quantias, mas recorrentes e fáceis de ignorar.

Jogos e microtransações

A terceira grande área de gasto são os jogos digitais, especialmente no segmento mobile e online. Títulos como Fortnite, FIFA, Clash Royale ou plataformas como Vemabet integram sistemas de compra de conteúdos extra, personalizações ou apostas em tempo real, tornando os gastos altamente personalizáveis e emocionalmente motivados.

Além disso, muitos jogos utilizam técnicas de gamificação para incentivar compras — seja através de “passaportes de temporada”, recompensas limitadas no tempo ou acesso exclusivo a novas funcionalidades. Para alguns utilizadores, este é o gasto que mais cresce, justamente pela intensidade e imersividade da experiência.

No conjunto, estas três categorias revelam que os millennials não apenas consomem digitalmente — eles constroem, com as suas escolhas, um novo mercado baseado em acesso, velocidade e interação.

Consumo consciente ou automatizado?

Num ambiente digital desenhado para a conveniência e o imediatismo, muitos dos gastos feitos pelos millennials são quase invisíveis. A facilidade de clicar, subscrever ou fazer um upgrade transforma o consumo em algo quase automático — sem espaço para reflexão. Mas o que realmente motiva estas decisões de compra?

Para muitos, trata-se de prazer imediato: aceder a um conteúdo, desbloquear uma funcionalidade, sentir-se recompensado por um clique.

Para outros, é hábito, como pagar todos os meses por serviços de streaming ou renovar uma app que já nem usam.

Há também quem gaste por impulso — influenciado por publicidade direcionada, redes sociais ou momentos emocionais — ou até por status, ao adquirir versões premium, acessórios virtuais ou apps de produtividade que simbolizam organização e eficiência.

O problema é que este consumo digital frequentemente ocorre sem controlo direto. As renovações automáticas, as microtransações recorrentes e as compras embutidas em apps e jogos são difíceis de rastrear.

Os valores parecem pequenos, mas acumulam-se com facilidade, especialmente quando se repetem em múltiplas plataformas. Este fenómeno — conhecido como consumo invisível — contribui para a sensação de perda de controlo sobre o orçamento digital.

Para contrariar esta tendência, é fundamental promover a literacia digital e financeira, especialmente entre as gerações mais conectadas:

  • Conhecer e usar ferramentas de monitorização de gastos e tempo online;
  • Rever regularmente as subscrições e cancelar o que já não faz sentido;
  • Definir limites automáticos em apps bancárias ou plataformas como Vemabet;
  • Adotar o hábito de perguntar “preciso mesmo disto agora?” antes de cada compra digital.

Um consumo mais consciente não significa eliminar o prazer digital, mas sim integrá-lo numa gestão mais lúcida e sustentável. Saber onde, como e porquê se gasta online é um passo essencial para uma relação saudável com a tecnologia — e com o próprio dinheiro.

Millennials portugueses e o consumo digital

A análise do comportamento digital dos millennials portugueses revela um cenário dinâmico, multifacetado e em constante evolução. Esta geração assume-se como protagonista da economia digital, não apenas pela intensidade do seu consumo, mas pela forma como redefine as lógicas de acesso, pertença e valor no universo online.

Entre as principais tendências observadas estão o forte investimento em subscrições, que garantem acesso contínuo a conteúdos e serviços; o uso crescente de aplicações que facilitam o quotidiano, com gastos fragmentados e recorrentes; e a consolidação dos jogos e plataformas interativas como espaços de lazer, expressão e também despesa emocional.

Ao mesmo tempo, percebe-se que muitos destes comportamentos são automatizados, pouco refletidos, o que levanta questões sobre controlo, literacia financeira e bem-estar digital. As novas tecnologias oferecem liberdade, mas também exigem responsabilidade — e é precisamente aí que os millennials têm um papel central a desempenhar.

O futuro do consumo online em Portugal passará por mais personalização, mais mobilidade, mas também mais consciência. Saber equilibrar desejo e necessidade, entretenimento e gestão financeira, será uma competência-chave nesta nova era.

Os millennials, ao liderarem esta transformação, não só moldam o presente digital do país, mas também influenciam o que virá a seguir — uma economia mais fluida, mas também mais exigente em termos de escolhas conscientes.

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