Um estudo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) realizado a nove produtos estruturados, com maturidades entre um e dez anos, com e sem remuneração garantida, com e sem capital garantido, revelou que, apesar de estarem a ser publicitados como investimentos com taxas altas, a rendibilidade prevista é inferior aos tradicionais depósitos a prazo.
Os investidores não estão a receber os rendimentos esperados e, em alguns casos, estão mesmo a perder o capital investido.
Segundo o estudo da CMVM, a probabilidade de serem atingidas as rendibilidades máximas prometidas é muito reduzida ou próxima do zero. Isto para não falar nas perdas de parte do capital investido. Inerente ao facto de estes produtos financeiros serem bastante complexos, o investidor nem sempre consegue perceber os riscos inerentes.
Os produtos estruturados, em geral com rentabilidades indexadas a acções ou a índices bolsistas, estão a ser anunciados pelas instituições financeiras nas campanhas com publicidade enganosa. A prova é o aumento do volume de queixas. O regulador do mercado recebeu, só no ano passado, cerca de 2000 queixas sobre produtos financeiros complexos, um número que, segundo o estudo revelado à comunicação social, representa quatro vezes mais reclamações do que as recebidas em anos anteriores.
Ainda assim, e dado o forte crescimento destes produtos financeiros e o seu elevado grau de complexidade, a CMVM pretende obrigar os bancos distribuir mais informação sobre estes produtos por forma a que os investidores possam avaliar o grau de probabilidade de ocorrência dos cenários de que depende a remuneração dos produtos estruturados.
A ideia passa por fornecer mais explicações e simplificar os procedimentos para quem decide investir nestes produtos financeiros.