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A Rampa da Falperra, em Braga, é um traçado histórico que atrai anualmente milhares de espetadores, mais de 100 pilotos e, um parque automóvel do mais diverso e espetacular que existe na Europa.
Com o nome oficial de FIA Hill Climb Masters, o evento terá lugar de 20 a 21 de maio, num espetáculo automobilístico que já vai para a sua 42ª edição.
Assim, a mítica rampa volta a receber os melhores pilotos mundiais da categoria de montanha, vencedores dos vários campeonatos nacionais e internacionais.
Conheça agora um pouco da histórica por detrás deste local tão especial e que para muitos é o grande evento do ano automobilístico.
Rampa da Falperra: 5,2 Kms de história
A Rampa Internacional da Falperra é uma verdadeira festa popular, atraindo anualmente milhares de adeptos a um percurso emblemático. Com a 41ª edição a chegar em outubro, a Falperra consta do Calendário de Eventos do Campeonato Europeu de Hill Climb da FIA. Para além disso consta também dos Campeonatos Nacionais de Portugal e Espanha.
São 5,2kms, sempre a subir, com um desnível de cerca de 272m, desde a largada no 39 km da EN 309, até o final do 44,20 km, com declives médios de 5%.
O seu traçado tem zonas onde se atingem mais de 220 km/h e algumas curvas emblemáticas. São ela, por exemplo, a “Curva da Morte” e a “Curva do Papa”, um “gancho” à direita, poucos metros antes da meta.
A subida que termina no cume do Santuário do Sameiro.
Mas quando é que começou esta loucura?
A Rampa da Falperra é a mais antiga prova de automóveis que ainda hoje se realiza em Portugal. A primeira corrida ocorreu em 1927 e foi promovida por uma associação local de Braga.
A 2.ª edição ocorreu em 1931, mas já com o selo do Automóvel Clube de Portugal (ACP). Devido à falta de apoios e acordos entre entidades, a competição só foi retomada em 1950, também com a chancela da ACP. Nessa mesmo edição batizou-se como Falperra First Hill Climb.
Oficialmente, todas as edições são contabilizadas a partir dessa edição.
Contudo, em 1976, a Clube Automóvel do Minho (CAM) assumiu a organização da prova e candidatou-se a um concurso internacional para integrar as provas internacionais. Foi também em 1976 que se adotou o traçado que ainda hoje se usa.
Deste ano para a frente, realizou-se anualmente, por tradição em maio, com exceção de 1984, quando se disputaram duas edições no mesmo ano. A primeira foi em maio, apenas ‘nacional’ e a segunda para o Europeu. A FIA integrou a Rampa da Falperra no Campeonato Europeu apenas em 1978.
Entre 2002 e 2009, por falta de entendimento entre as autoridades locais para fazer melhorias na segurança da pista, a corrida não se realizou. Só se voltou a realizar em 2010, quando foram feitas as melhorias.
Em 2013, a prova corria o risco de não se realizar, mas devido à pressão dos amantes da Falperra, a Câmara Municipal de Braga fez o novo pack de melhorias de segurança solicitado pela FIA no mesmo ano.
Daí para a frente, o resto tem sido história, com exceção de 2020, onde a pandemia da COVID-19 obrigou a cancelar a prova, devido às restrições impostas.
Pilotos que marcaram a Falperra
Relativamente a pilotos, a lista é extensa e conta com muitos ilustres do automobilismo de Hill Climb. Vejamos alguns feitos:
- Alfredo Marinho Júnior é o nome do vencedor das duas primeiras edições da prova que se realizaram com quatro anos de diferença;
- Quando a edição de 1950 foi nomeada de 1ª edição, o vencedor foi José Cabral em Allard.
- No ano seguinte, o mais rápido pertencia à ‘realeza’: Conde de Monte Real conduziu um Ford até à meta;
- Nova paragem e o regresso em 1960 teve José Lampreia em Triumph como vencedor;
- Entre 1985 e 1988, Mauro Nesti fez o tetra. Com a equipa da Osella, levou o seu BMW à vitória;
- Andrés Vilariño conta com 5 vitórias. Quatro pela equipa Lola T298 e um pela equipa Norma M20;
- Simone Faggioli, pela Norma e pela Osella é o recordista de títulos, último dos quais em 2018. Ao todo, o piloto italiano conta com 6 vitórias na Rampa da Falperra;
- Último dado, mas não menos importante, fazer uma referência a Christian Merli (Osella FA30). Em 2018, apesar de ter ficado a escassos 0,472s de Faggioli, bateu o recorde da rampa, com o tempo de 1m47,890s.