Share the post "Requalificação hospital Beja parada: PCP pressiona Governo"
A requalificação do hospital de Beja volta ao centro do debate, com o PCP a pressionar o Governo pelo início imediato das obras no Hospital José Joaquim Fernandes. Esta intervenção é considerada um passo essencial para garantir o acesso digno aos cuidados de saúde no Alentejo, onde a escassez de profissionais e a degradação da infraestrutura hospitalar no Baixo Alentejo afetam diariamente a população. Apesar de promessa feita no Orçamento de Estado de 2025, pouco ou nada avançou desde então.
Obras hospitalares em Beja continuam por iniciar
O Grupo Parlamentar do PCP interrogou o Executivo sobre o estado atual da requalificação do hospital de Beja, sublinhando que a ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes deveria ter começado ainda em 2024, como determinado durante a aprovação do Orçamento de Estado.
Na região do Baixo Alentejo, as atuais instalações hospitalares já não respondem à procura e comprometem a qualidade assistencial. Um relatório enviado ao Ministério da Saúde em julho alerta para a degradação estrutural do hospital e a limitação das especialidades disponíveis, o que agrava a já crítica falta de acessibilidade aos cuidados primários e especializados nesta zona do país.
Investimento na saúde pública enfrenta atrasos
O plano de requalificação prevê um investimento robusto de 118 milhões de euros, com o início das construções adiado para o segundo semestre de 2026. O projeto inclui a edificação de um novo bloco hospitalar e a modernização do edifício atualmente em funcionamento, com conclusão prevista para 2029.
Até lá, os utentes continuarão a enfrentar tempos de espera, falta de resposta em urgências e ausência de profissionais. Esta realidade desafia os objetivos delineados no plano de saúde do Governo para 2025, centrado na modernização dos hospitais em Portugal e na correção das assimetrias territoriais no acesso ao SNS. Em paralelo, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo tem procurado mitigar a situação recrutando profissionais de saúde para reforçar as equipas clínicas locais.
Planeamento futuro e pressão política
Além de exigir ação concreta, o PCP quer garantias de que o cronograma anunciado até 2029 será, de facto, cumprido, reclamando transparência no planeamento e na execução destas obras hospitalares em Beja. Afinal, a população do Alentejo tem sido penalizada pela centralização de serviços hospitalares e pela falta de opções de tratamento próximas.
A situação no Hospital José Joaquim Fernandes não é única. A carência estrutural na saúde pública alentejana foi igualmente alertada em casos como o da falta de vagas em cuidados continuados em Odemira. Estes problemas estão interligados e refletem o desinvestimento crónico em regiões de menor densidade populacional. Enquanto persistirem estes desequilíbrios, será difícil atrair e fixar médicos, enfermeiros e técnicos no interior.