Teresa Campos
Teresa Campos
26 Abr, 2022 - 13:51

O que é uma infeção hospitalar e o que a pode causar

Teresa Campos

A infeção hospitalar pode provocar a morte do doente. Perceba o que pode estar na origem desta complicação de saúde.

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Certamente já ouviu falar em infeção hospitalar. Esta é a designação atribuída a uma infeção que é contraída durante um procedimento clínico ou período de internamento no hospital.

Este é um problema que afeta até 15% dos doentes hospitalizados. Geralmente, na origem destas infeções estão microrganismos típicos do ambiente hospitalar, assim como a fragilidade do sistema imunitário do doente.

Compreenda melhor as caraterísticas deste problema que, em alguns casos, pode conduzir à morte do indivíduo.

Infeção hospitalar: aspetos a considerar

Como já adiantámos, normalmente, a infeção hospitalar resulta da ação de microorganismos em pacientes com um sistema imunitário habitualmente mais comprometido, como é o caso dos recém-nascidos, dos idosos, dos portadores de VIH, dos transplantados, entre outros indivíduos, por algum motivo imunodeprimidos; dos doentes crónicos; e das pessoas com doenças vasculares.

Além destes fatores de risco, há ainda que ter em conta o tempo de internamento do indivíduo no hospital, assim como os procedimentos mais ou menos invasivos a que foi sujeito. Quanto mais prolongado for o tempo de internamento hospitalar e quanto mais invasivos forem os procedimentos clínicos, maior é o risco do paciente contrair uma infeção hospitalar.

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Como prevenir?

Tendo em conta que o hospital é um espaço maioritariamente frequentado por pessoas doentes, não é de admirar que naquele sítio exista uma grande circulação de microrganismos, inclusive daqueles que fazem parte da microbiótica natural, mas que ainda assim podem causar infeção hospitalar num indivíduo com o sistema imunitário mais fragilizado.

Apesar de todos os cuidados adotados nestes estabelecimentos para evitar a propagação destes microorganismos, como a higienização das mãos e do próprio local com água, sabão e álcool 70%, a extinção total destes microorganismos é impossível.

Ainda assim, as medidas anteriores são fundamentais para prevenir uma infeção hospitalar, assim como é a alimentação adequada do doente, de modo a combater situações de imunossupressão.

Além disso, logo que possível, o paciente deve ter alta hospitalar, de modo a prolongar o menos possível o seu tempo de internamento, já que este é outro fator de risco para o desenvolvimento de infeções hospitalares.

É também importante que todos procedimentos invasivos, como cirurgias, sondas, drenos e cateteres, sejam realizados respeitando todos os cuidados de higiene.

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A infeção hospitalar em Portugal

No nosso país, a realidade da infeção hospitalar já foi pior, mas ainda tem um longo caminho a percorrer. Em 2011, Portugal tinha uma das taxas de infeção hospitalar mais elevadas, assim como uma das taxas mais altas de doentes hospitalizados a tomarem antibiótico.

Para contrariar estes números, foi criado, em 2013, o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA), o qual contribuiu para a diminuição destes números, através da implementação de normas, estratégias e programas que ajudam a prevenir essas infeções.

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Entre as infeções hospitalares mais recorrentes estão as infeções urinárias, devido ao uso da algália; as pneumonias, principalmente em doentes ventildos; e as infeções do local cirúrgico.

A toma inadequada de antibióticos ao longo da vida pode ser outro fator a considerar neste contexto, uma vez que pode contribuir para gerar resistências à terapêutica administrada para travar estas mesmas infeções hospitalares.

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