Como vimos anteriormente, todos os investimentos podem ser classificados com recurso a três características distintivas (Risco, Retorno Esperado e Liquidez). Ao falarmos do Risco de um ativo, temos sempre de considerar duas variáveis:
- Risco Específico do ativo – Risco inerente a cada investimento e que não é diversificável;
- Risco de Mercado.
Risco de Mercado:
O Risco de Mercado é um dos principais riscos a ter em consideração quando falamos do risco de um investimento. Na realidade, podemos comprar diversas ações de empresas cotadas em Portugal (PT, EDP, BCP, etc.) e diversificar o risco específico de cada uma. No entanto, é mais difícil diversificar o risco de mercado (teremos de comprar ativos de outros países), que depende de:
- Situação política em Portugal;
- Contas Públicas;
- Relação de Portugal com outros mercados e país;
- Entre muitas outras.
Porque está Portugal tão arriscado?
Podemos dizer que este artigo já vem tarde, na medida em que Portugal já teve bastante mais arriscado. Felizmente, as coisas têm melhorado para os portugueses individualmente e para o país em geral, também com o contributo de uma melhor situação económica de alguns dos nossos principais parceiros. Contudo, há ainda fatores a pressionar os investimentos em Portugal:
1. Falta de entendimento político – Um dos fatores mais críticos consiste no entendimento entre os vários partidos no Parlamento. Um acordo iria reduzir substancialmente o risco de investir em Portugal;
2. Fragilidades Estruturais – Desde o mercado de trabalho, ao desequilíbrio crónico das finanças públicas ou à ineficiência do sistema judicial. Muito tem de ser feito para que consigamos voltar a atrair capital estrangeiro.
Todos os investimentos têm risco. Uns têm mais risco que outros. Mas todos têm algum tipo de risco. Emprestar dinheiro ao Governo Português tem um risco. No entanto, deveremos considerar este empréstimo como o investimento menos arriscado num mercado. Esperemos que sejam tomadas as medidas necessárias e de forma responsável para que Portugal possa sair desta crise mais forte e para reduzir o risco do investimento em Portugal.
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