É um retrocesso para a Roche. O grupo farmacêutico suíço anunciou recentemente o fracasso do medicamento Gazyvaro. O Gazyvaro está homologado em 70 países, nomeadamente Portugal e é usado no tratamento de vários cancros hematológicos, entre os quais a leucemia linfocítica crónica.
Depois de ter obtido autorização das autoridades sanitárias norte-americanas em fevereiro deste ano, para ser usado o tratamento do linfoma folicular, o Gazyvaro teve também autorização da Comissão Europeia (em junho) para ser aplicado nos tratamentos desta doença.
Agora sabe-se que o medicamento não obteve os resultados esperados num estudo de fase III para uma forma agressiva de cancro do sangue. O estudo de fase III corresponde à fase mais avançada dos ensaios clínicos e testava uma forma agressiva de cancro do sangue.
Medicamento não reduz o agravamento da doença
Em comunicado, a Roche revelou que o estudo foi realizado em 1418 pacientes, mas que o medicamento não satisfez o critério de avaliação primária, que implicaria uma redução significativa do risco de agravamento da doença ou de morte das pessoas com o linfoma difuso de grandes células B (DLBCL) não previamente tratadas pode ler-se no comunicado da farmacêutica, avançado pela Lusa. O linfoma difuso de grandes células B é o tipo de linfoma não-Hodkin mais frequente, afetando todos os anos, cerca de 123 mil pessoas em todo o mundo.
Este estudo pretendia avaliar os resultados do medicamento quando associado a quimioterapia, tendo por base de comparação os resultados do MabThera/Rituxan, outro medicamento da Roche.
O fracasso neste estudo não implica uma desistência. Em declarações à agência France Press, a médica-chefe e diretora do Desenvolvimento Mundial de Produtos da Roche, Sandra Horning, afirmou que a farmacêutica vai “continuar a analisar os dados deste estudo Goya para compreender melhor os resultados e estudar outros tratamentos experimentais para esta doença”.
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